Quando o negócio é fazer o bem
Organizações não governamentais investem em ajudar ao próximo
Empreender, muitas vezes, significa torna a atividade de uma empresa rentável. Mas, para alguns empreendedores do Estado de Pernambuco, muito mais que dinheiro certo, o que vale mesmo é ajudar ao próximo com as atividades que desenvolvem. É desta forma que pensam os “empreendedores solidários”. No Estado, muitos são os gestores de organizações não governamentais que destinam as suas atividades para fazer o bem.
Na Associação Novo Rumo, por exemplo, o principal objetivo de seus administradores, desde sua fundação, é ajudar crianças com Síndrome de Down e autismo. Lá, mais de 250 crianças são assistidas semanalmente. Diante deste enorme contingente, a grande gratificação ao final do mês “é ver as crianças evoluindo no tratamento”, como atestam as empreendedoras do espaço, a geneticista Paula Arruda e a coordenadora Luciana Dias.
Outro exemplo está na história da gestora ambiental, Ana Paula Valdez. Ana é mato grossense, mas veio morar no Recife pensando em ajudar aos presidiários no processo de ressocialização. Após ganhar um prêmio da Chesf para estudar o comportamento dos reeducandos, Paula verificou que a demanda deles, em relação ao trabalho e a arte, era grande e o ócio também. Com isso, ela decidiu ajudá-los, apresentando materiais reciclados aos detentos. A Ong Reciclarte, da qual Ana é coordenadora, recolhe os materiais reaproveitáveis e leva para os detentos. Após esse processo, a confecção dos produtos é iniciada. Depois a educadora compra os produtos e revende-os.
Para os detentos, além do retorno financeiro garantido, a dignidade e a busca de dias melhores são outros fatores positivos. Já para Paula, a alegria em tal empreendimento se resume ao fato de poder ajudar. “Ouvi de um preso: 'Minha família me abandonou, só tenho a senhora para me ajudar'. Depois essa mesma família que abandonou, quando vê o trabalho do parente valorizado por estranhos, volta à convivência com ele, volta a confiar nele. Isso não tem preço”, destaca a educadora.
Projetos Sociais
Para continuar motivando “as ações do bem”, no começo da semana o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDDCA) assinou 58 projetos sociais que beneficiarão as crianças e adolescentes com ações de assistências sociais. Ao todo, mais de quatro mil crianças serão beneficiadas com ações de enfrentamentos ao abuso e à exploração sexual, atendimento socioeducativo, acolhimento institucional e prevenção e tratamento de usuários de drogas. O investimento chega a R$ 1,9 milhões de reais e será repassado a organizações não governamentais de 14 municípios do estado.