Sintepe discute homofobia nas escolas

Durante o evento, várias temáticas foram abordadas nas oficinas

sex, 12/08/2011 - 20:14
Chico Peixoto Falta de capacitação pelo Estado para lidar com o tema motivou o encontro Chico Peixoto

O respeito à diversidade sexual e o fim a violência contra os homossexuais em sala de aula foram alguns dos temas abordados, nesta tarde de sexta-feira, durante as oficinas e palestras realizadas pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe). O encontro, que motivou várias discussões temáticas relacionadas à homofobia nas escolas públicas do Estado, aconteceu nas instalações do antigo Colégio Nóbrega e na sede do Sintepe, ambos no bairro da Boa Vista, no Recife.

No Nóbrega, aproximadamente 15 participantes, entre eles: gestores e professores de escolas públicas e representantes da sociedade civil estiveram presentes para debater a temática “Diversidade e violência”. Lá, eles trocaram experiências sobre o assunto, em rodada de diálogos, e realizaram atividades práticas. Nesta sala temática, após trocar algumas idéias com os palestrantes, o estudante e homossexual assumido há seis anos, Rosenildo da Silva, 21, explicou o motivo de vir ao encontro. “Vim para escutar novas experiências e aprender a enfrentar os preconceitos, principalmente, os verbais e físicos”, confessou Rosenildo que, após assumir a sexualidade, enfrentou muitos preconceitos, inclusive, dos familiares.

Outro participante, que também saiu com uma boa impressão depois de trocar experiências foi o presidente da Associação de Religião de Matriz Africana e Igualdade Racial de Itambé, o babalórixa Josemar Lima. Para ele, o encontro serviu para agregar conhecimentos que serão levados para o município. “Lá o preconceito é muito grande contra homossexuais e, principalmente, quando pertencem à matriz africana”, comentou o babalórixa, que não é homossexual, mas defende a classe e pretende intensificar as ações contra a violência tão comum naquela cidade, como afirmou.

Segundo a palestrante e uma das diretoras do Sintepe Geny Neves, a proposta da palestra, veio em meio à falta de capacitações de professores e a realidade vivida em sala de aula. “Nós temos como uma das metas, lutar contra a homofobia. Construir uma sala de aula sem homofobia. Ao longo dos anos, me deparei com várias situações preconceituosas em sala de aula. Então, como a rede estadual não dispõe de capacitação neste foco, realizamos esse encontro”, destacou.

Já, na sede do sindicato, a temática “Qualquer maneira de amor vale a pena”, trouxe muitos homossexuais e defensores da causa homofóbica. O encontro ainda trouxe as temáticas “A delicia de ser quem somos”, “As situações desafiadoras”,“Diferentes, porém iguais” e “É ou não é?”. Ao final o evento, alguns representantes do sindicato foram selecionados para atuarem numa frente de luta contra a homofobia intitulada Coletivo.

COMENTÁRIOS dos leitores