Vaidade gera oportunidade de negócios
De que os brasileiros são vaidosos, ninguém tem dúvida. Uma pesquisa recente, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Instituto Gallup em parceria com o laboratório Allergan, mostra que o País está entre os três onde mais se gasta com a beleza, perdendo apenas para Estados Unidos e Japão. No Brasil, a população consome, em média, um bilhão de reais por ano em serviços e produtos ligados a estética.
As opiniões sobre o assunto variam. Alguns dizem ser pura futilidade, outros garantem que boa aparência é essencial na vida. O fato é que por trás de todo o consumo, existem pessoas que ganham dinheiro e sobrevivem dele. Donos de salão de beleza, manicures, vendedoras de cosméticos e centros de estéticas são as provas de que a vaidade do brasileiro não é brincadeira, é assunto sério.
Maria Pereira, há 15 anos, visita todos os dias várias casas do bairro, vendendo produtos como perfumes, cremes e maquiagens. Não se arrepende e diz ter ajudado a sustentar a sua família com esse dinheiro. “Uma coisa que nunca vai deixar de dar dinheiro são produtos estéticos. Entra ano, sai ano, as pessoas sempre querem ficar mais bonitas”, frisa.
Já para Sandra Andrade, dona de salão há mais de dez anos, o complicado é ter sempre que se atualizar com as tendências do momento, já que os clientes gastam, mas também exigem bem mais. “O segredo é sempre se atualizar. Não só para tendências de cabelos femininos, mas masculinos também. Aqui no salão a movimentação dos homens também é grande. Eles estão mais vaidosos”, comenta.
A vantagem de se trabalhar com a vaidade não é apenas de profissionais que têm uma empresa. Existem aqueles que preferem ir até o cliente. Levam vantagem, já que todo mundo prefere a comodidade do lar. Foi assim que Verônica Silva, manicure, pensou ao pedir demissão do salão onde trabalhava para atuar por conta própria. “Vou à casa dos meus clientes, faço unha e desenrolo no cabelo. Ganho muito mais assim do que quando eu trabalhava em salão. As pessoas gostam de ficar em casa, ficam mais à vontade, até pagam mais por isso”, explica.
Maria, Sandra e Verônica são apenas algumas das muitas pessoas que conseguiram enxergar na beleza algo além da futilidade. Elas perceberam uma oportunidade de ganhar a vida. Para elas, cada pessoa que passa por ali é uma nova história. Casamentos, festas ou até mesmo o simples dia-a-dia.
“Na verdade, não é a beleza em si que importa, é a felicidade que ela causa. É a sensação de bem estar, de que você é capaz de fazer tudo”, salienta Raíssa Ramos, consumidora.