Ansiedade para a volta às aulas e entrada na universidade

Especialista explica como estudantes e familiares devem se preparar para esses dois momentos

por Nathan Santos dom, 29/01/2012 - 09:12
Marionaldo Júnior/LeiaJá Imagens Jailson Alexandre, e a sua mãe, Maria de Lurdes, já estão prontos para a volta à escola Marionaldo Júnior/LeiaJá Imagens

Com o final das férias escolares chegando, o que brota nos estudantes é a expectativa para o início das aulas. Muitos até adoram comprar novos materiais escolares. Tudo isso vivendo a vontade de voltar às atividades educacionais e rever os amigos antigos e conhecer os novatos. Em meio a esse momento, as instituições educacionais também se preparam para receber tanto os alunos antigos, quanto os novos estudantes.

Mesmo sendo criança, o garoto Jailson Alexandre dos Anjos Filho, de 3 anos, já sabe que vai voltar a escola, e agora estudará no jardim I. De acordo com a mãe dele, Maria de Lurdes Arruda, 31, Jailson já fala em ver novamente os amigos e em brincar. “Ele diz que quer ir para a escola e que quer brincar com os amigos nos brinquedos. Eu já comprei os novos materiais dele e já está tudo pronto”, conta.



Já Júnia Roberta Lins Silva (foto acima), 15 anos, está indo para o segundo ano do ensino médio. “A minha vontade é de estudar. Estou com saudades dos amigos e professores, além disso, quero terminar logo o colégio, pois pretendo fazer vestibular e me formar”, fala a estudante.

Da escola para a universidade
“Eu sempre fui muito estudiosa. Ficava no colégio em tempo integral e quando chegava em casa, à noite, ainda estudava mais. No terceiro ano do ensino médio, eu vivia a expectativa de fazer o vestibular e entrar na universidade. Inclusive a minha família também esperava isso, até porque a minha irmã já estava numa faculdade”. Quem conta é Marília Leão, 17 anos (foto ao lado). Ela tentou o vestibular pela primeira vez e foi aprovada em várias instituições públicas, como a Universidade de Pernambuco (UPE) e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), nos cursos de letras e ciências contábeis, respectivamente.

Ela escolheu o curso da UFPE neste ano e está vivendo a expectativa de ingressar na universidade. “Estou muito ansiosa. Além disso, eu tenho medo de perder contato com os meus amigos do colégio”, relata Marília. De acordo com a estudante, a diferença entre escola e universidade é muito grande, principalmente em relação aos professores. “Na escola, os professores são mais atenciosos, e, já na faculdade, eles não se preocupam tanto se os alunos são disciplinados ou não”, explica a jovem.

“Eu tenho medo de encontrar pessoas diferentes de mim. Quero ir antes no campus para conhecê-lo. Sei que lá ocorrerão muitas festas e diversão, mesmo assim, quero continuar estudiosa”, diz Marília, em meio a risos. A jovem ainda conta que apesar das festividades universitárias, é importante para ela manter o foco nas aulas, pois, é o início de uma carreira profissional promissora.

A mãe de Marília é Maricélia Silva de Souza, e, segundo ela, mesmo estando feliz, ela também está apreensiva com esse novo momento na vida da filha. “Eu me sinto feliz e orgulhosa. Mas, como eu já fiz universidade e sei que é tudo muito novo para a gente, eu fico também apreensiva, até porque ela é muito jovem”. Mesmo assim, Maricélia apoia a filha e deseja para ela muita maturidade. “Os filhos têm que ir para mundo e eu peço a Deus que ela tenha muita maturidade”, fala Maricélia.

O papel do educador
Cynthia Lira, coordenadora pedagógica da Escola Criativa, localizado no Recife, diz que as escolas devem se preparar estruturalmente para receber o público. “Cuidar da estrutura, independentemente da faixa etária é importante para a recepção dos alunos”, frisa. De acordo com a educadora, a equipe pedagógica com um todo deve receber orientações essenciais para a volta às aulas. “Nós também preparamos a equipe pedagógica, inclusive fazemos com antecedência uma reunião envolvendo pais, professores e psicólogos, com o objetivo de traçarmos o funcionamento da instituição para todo o ano. Os alunos têm que se adaptarem as nossas regras”, explica Cynthia.

Apesar da grande maioria dos estudantes ser amigável e de fácil adaptação às escolas, existem alunos que vão para os novos colégios contra a própria vontade. Segundo a pedagoga, isso ocorre porque por várias motivações. “Às vezes, o aluno tinha muitos colegas no outro colégio ou era bastante apegado com os professores antigos, e, por algum motivo teve que ser transferido. No entanto, a gente trabalha para uma rápida agregação do estudante à escola. E quando o problema se agrava bastante, quem intervém no processo é o nosso profissional de psicologia”, conta a profissional.

Em relação à entrada dos estudantes na universidade, a pedagoga afirma que é um momento importantíssimo e deve ser encarado com seriedade. “A universidade é um passo para a fase adulta. O universitário tem que ter autonomia para os estudos, uma vez que ele passa a optar se assiste às aulas ou não”. Ela também destaca que “é o início da vida profissional e o começo de um novo mundo”.

Para aquelas pessoas que pensam que faculdade é sinônimo apenas de festas, Cynthia vai de encontro a esse pensamento. “Claro que existe espaço para diversão, no entanto, é preciso negar algumas festas para os estudos. A gente tem que viver a experiência e a responsabilidade universitária”, explica a profissional.

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