Como resolver conflitos no ambiente de trabalho

Profissional explica os meios que os gestores podem usar para contornar atritos

por Nathan Santos dom, 05/02/2012 - 09:15
Marionaldo Júnior/LeiaJá Imagens Gilmar Barreto é gestor e já resolveu conflitos no ambiente de trabalho Marionaldo Júnior/LeiaJá Imagens

Conflitos no ambiente de trabalho é um problema corriqueiro em muitas empresas. Os atritos acontecem por diversos motivos, envolvendo profissionais de diferentes setores e postos profissionais. Cabe ao gestor ou líder dos funcionários contornar as situações, pois uma equipe de trabalho com conflitos pode resultar em péssimos resultados para a empresa e principalmente, pode prejudicar bastante a imagem do administrador.

No entanto, é fato que atritos pessoais e profissionais dificilmente deixarão de existir nos estabelecimentos de trabalho, como explica Milka Teixeira (foto), profissional de recursos humanos e especializada em gestão de pessoas. “Sempre haverá conflitos no espaço de trabalho, porque a gente lida com pessoas que pensam diferente e possuem culturas e idéias opostas”.

De acordo com Milka, um bom gestor deve identificar rapidamente se há algo de errado com seus funcionários. Por isso, ela frisa que é importante estar atento para os sinais que os trabalhadores apresentam “Dar para identificar pelo comportamento do funcionário. Às vezes ele fica bruto, agressivo, arredio ou silencioso”, explica Milka. E para contornar a situação, a profissional aconselha os líderes com algumas dicas. “O gestor tem que conhecer bem a sua equipe e saber como intermediar os problemas. É de suma importância sempre conversar com as pessoas e se mostrar aberto para contato. Assim, os funcionários ficarão mais propícios a revelar os problemas”.

A profissional também diz que saber ouvir é muito bom para se chegar à solução dos embates. “Quando a gente ouve alguém, ela se senti segura e fica mais fácil chegar a uma solução”, conta ela. De acordo com Milka, os dois problemas mais freqüentes nas instituições empresariais são os de âmbitos pessoais e profissionais. Os primeiros rodeiam questões familiares, conjugais, de doença, entre outros. Nos segundos, há os conflitos dentro da  própria empresa, como por exemplo, o não alcance de metas, ou até mesmo incompatibilidade na relação entre empregados.

Depois do conflito identificado, como resolvê-lo?

“Quando o problema é profissional, que envolve metas ou algo parecido, é muito importante se reunir em equipe, expor o atrito e buscar uma resolução em grupo. No entanto, o funcionário problemático nunca deve ser exposto pelo gestor, pois isso pode constrangê-lo” relata Milka. Ainda dentro desse contexto, quando as brigas ocorrem por inveja, ciúmes, ou outro tipo de confusão entre os próprios funcionários, Milka comenta que o líder deve ter moral sobre o caso, e, se necessário, punir os infratores. “É chegar para quem está brigando e dizer que não quer isso na empresa. Se persistir o problema, o gestor deve tomar medidas mais duras”, explica a especialista.

Mas, se as confusões envolvem questões familiares, a profissional diz que é mais complicado contornar a situação. “Claro que é mais difícil quando os problemas são particulares. Mais uma vez o gestor tem que se mostrar disposto a conversar e ser solidário. Se possível, é bom adiantar férias ou folgas para que as pessoas possam resolver suas dificuldades, sejam elas familiares, conjugais ou até mesmo de doença”, comenta ela.

Experiência de um gestor

Gilmar Barreto desde o ano de 1997 atua na função de gestor de pessoas em uma importante instituição financeira do cenário brasileiro. Barreto conta que já passou por alguns conflitos com funcionários e com o tempo foi absorvendo experiência para resolver os embates. “Quando eu passei a ser líder, começaram alguns problemas, porque eu era novo e administrava pessoas muito mais velhas que não aceitavam a minha posição. Mas fui contornando a situação e tudo deu certo”.

O gestor também fala que existem muitas maneiras de solucionar os conflitos, no entanto, o líder dever ter algumas habilidades. “Você tem que ter muita sensibilidade para entender e saber qual é o problema do funcionário. Além disso, é importantíssimo possuir um bom equilíbrio emocional. Nas dificuldades, a única pessoa que não pode ter problema é o líder”, destaca o administrador.

O problema de não reconhecer bons desempenhos

Formada em administração, a auxiliar administrativa Polyana Vicente (foto) já vivenciou alguns problemas entre funcionários, numa empresa em que ela trabalhou. Segundo ela, muitos trabalhadores reclamavam que os seus bons serviços não eram reconhecidos pelo chefe e nem elogios recebiam. “O gestor não reconhecia o empenho dos funcionários e isso gerava um grande mal estar entre todos”.

Além disso, Polyana conta que o seu antigo chefe não respeitava a limitação profissional de alguns trabalhadores. “Se umas pessoas conseguiam atingir todas as metas, e outras tinham algumas dificuldades, o líder não respeitava isso e criticava quem era limitado”. A administradora diz que para que um gestor não gere um clima ruim entre os funcionários é necessário reconhecer o bom trabalho das pessoas e respeitar a limitação profissional dos trabalhadores.

Ela também salienta a importância de uma ação conhecida como feedback. “É uma atividade onde o gestor troca informações sobre o desempenho dos funcionários, com o objetivo de alcançar bons resultados tanto para a empresa, como para o trabalhador”, descreve Polyana.



 

 

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