Por Juliana Gomes 

A reunião entre Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a Diretoria de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon/PA), a Associação de Pais de Estudantes do Pará (Apaiepa) e representantes de estudantes secundaristas e universitários, nessa terça-feira (27), em Belém, definiu em 6% o percentual de reajuste que o chamado "bloco de defesa do consumidor" vai levar para a mesa de negociação com o Sindicato das Escolas Particulares do Pará, nesta sexta-feira (30).

"Nosso parâmetro é a inflação e, consequentemente, o poder aquisitivo do consumidor. Não adianta aprovar um reajuste tão alto e aumentar a inadimplência, o que representa prejuízo para as próprias escolas", afirmou Roberto Sena, do Dieese, antecipando o discurso que deve defender, juntamente com o Procon, ao longo da negociação.

De acordo com o Dieese, o percentual de 6% leva em consideração as variações do Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC) de janeiro a setembro, já que ainda não são conhecidos os índices dos últimos três meses. Assim como ocorreu nos últimos anos, a expectativa é de que proposta do Sindicato das Escolas fique bem acima desse valor, estima- se algo em torno de 10% a 12%. O sindicato, no entanto, diz ainda não ter definido o percentual que vai levar para a mesa de negociação, o que só deve ser feito amanhã (29), durante uma reunião com representantes das escolas. "Trata-se de um acordo, onde ambas as partes precisam ceder", orientou Eliana Uchôa, diretora do Procon.

Esse ano, em função do alto índice de inadimplência, tanto Dieese quanto Procon devem insistir em um reajuste no mesmo patamar da inflação. Nos últimos anos a taxa de inadimplência têm se mantido entre 25% e 30% ao ano. "Por isso o reajuste já passa a ser uma grande preocupação dos estudantes universitários, que temem não poder mais pagar as mensalidades", disse Augusto Barros, presidente da União Paraense dos Estudantes (Upes).