Por Ariana Pinheiro



Estudantes da rede estadual de ensino do Pará protestaram em frente ao Centro Integrado de Governo (CIG), na manhã desta terça-feira (18). Eles reclamam da substituição do terceiro ano do segundo grau, o chamado convênio, por dois programas que devem ser implantados pelo governo no ano que vem. Segundo os alunos, a mudança vai reduzir a carga horária e prejudicar no ingresso à universidade, além de não contemplar todos os estudantes. Por outro lado, o governo recuou e disse que o programa não deve acabar, e sim, mudar de nome.



No protesto, cerca de cem estudantes bloquearam o tráfego de veículos em frente ao CIG, na Avenida Nazaré, esquina com a Travessa Quintino Bocaiúva. Eles denunciaram que não foram consultados sobre a mudança do terceiro ano para os programas Provest e Proenem. "Ao invés do governo investir na educação, está retirando a oportunidade que muitos alunos tinham de passar no vestibular, que é por meio do convênio, e nós não vamos deixar que isso aconteça. Fora isso, também queremos ampliação do convênio para todas as escolas da rede estadual", afirmou o presidente do Grêmio Estudantil da Escola Ulisses Guimarães, Eziel Duarte.



Segundo os estudantes, a mudança iria reduzir o número de aulas, inclusive as de reforço para o vestibular, já que o convênio é o único meio dos alunos das escolas públicas se prepararem para concorrer a uma vaga na universidade. Os professores também apoiaram o protesto e reclamaram da mudança. "Também estamos na luta porque o convênio é a única preparação nas escolas públicas para o vestibular. Estão sucateando a educação com a retirada do programa. O governo não dialogou, soubemos por meio de uma nota na imprensa. Para nós também vai ser uma perda, porque vai diminuir carga horária e teremos menos benefícios e estudantes que precisam também", reclamou o professor Rodrigo Wanzeler



Além do protesto no CIG, estudantes de outras escolas estaduais também realizaram manifestações em outros dois pontos da cidade, sendo na Avenida Governador José Malcher, próximo a Generalíssimo, e na Avenida Almirante Barroso, próximo à Tavares Bastos. Os estudantes permaneceram em protesto em frente ao CIG e foram recebidos em reunião com Waldeci Costa, secretário adjunto de gestão do Governo.



O secretário explicou que o convênio no 3º ano do ensino médio nas 23 escolas da rede estadual de ensino não vai acabar, e sim, mudar de nome. Agora vai se chamar "terceiro ano expandido", sem que haja nenhuma perda na carga horária das disciplinas. O secretário explicou ainda que será extinto somente o pagamento "gratificação convênio" aos professores que lecionam no convênio, o que, segundo ele, é inconstitucional.



Importante ressaltar que isso não vai trazer mais aumento de trabalho aos professores e perdas no salário. "Além disso, vamos implantar dois novos programas para reforçar o enisno no 3º ano, que são o Provest e o Proenem, que complementar o trabalho na escola", finaliza. De acordo com a Secretaria de Educação, esses programas são constituídos por turmas que funcionam em horário extra-turno, inclusive aos fins de semana nas escolas públicas.