Venda direta gera oportunidades e renda

Cosméticos ou semi-jóias possibilitam dinheiro extra para profissionais e aposentados. Empresas apostam em atendimento personalizado e ágil para atrair clientes

por Priscilla Costa sab, 06/04/2013 - 08:44

Não existem muitos requisitos necessários para ser uma revendedora, mas força de vontade e disciplina são características fundamentais para quem deseja ter seu próprio negócio como fonte de renda ou apenas como um complemento. E, com o passar dos anos, uma forma simples e fácil que conquistou espaço entre as mulheres, em especial, donas de casa, foi a revenda de cosméticos e semi-joias.

Marcas de renome, como a Rommanel e a Natura, se expandiram no mercado e conquistaram a confiança de diversos clientes, fato este que gerou muitos empregos, por permitir possibilidades atraentes através da venda direta, como um horário flexível, independência financeira e a oportunidade de ser seu próprio chefe.

Para a aposentada Maria do Socorro, 67, que revende produtos da marca Rommanel há cinco anos, aderir à venda direta serviu como um complemento para suprir as despesas extras. “Como a aposentadoria de professora não condiz com a nossa realidade econômica, eu tive que buscar uma opção por fora para suprir outras contas que surgem de acordo com as suas próprias necessidades ou com as da casa”, explicou.

Sobre os lucros tirados em cima de cada venda, Socorro ressaltou que varia de época para época. “Vai depender muito do mês. Período de festa, principalmente no Natal, eu recebo uma boa demanda de pedidos dos clientes. Porém, quando vira o ano, as vendas ficam fracas porque tem as despesas com material escolar, já que é início de ano letivo nos colégios. Aí, do período da Páscoa em diante, as vendas já começam a ficar aquecidas novamente. Já teve mês em que apenas tirei R$ 500 como tiveram casos em que lucrei cerca de R$ 2.000. Como é muito incerto, não é bom contar com o dinheiro como algo concreto e sim, encará-lo só como um extra”.

Porém, para quem lida com revendas de produtos, é preciso ficar atento com os “maus pagadores”. Segundo a aposentada, “para não ser indelicada, é preciso saber ter jogo de cintura. Quando alguma cliente minha está em atraso, eu entro em contato para falar das novidades que chegaram. Assim, eu faço com que a pessoa já adiante uma parcela do produto comprado anteriormente e estimulo uma nova compra, em que eu facilito o pagamento dividindo em duas ou três vezes. É uma forma de, não só manter o cliente, mas também cativá-lo”, disse.

Para conservar as semi-joias em bom estado de uso, Maria do Socorro explicou que, ao ingressar como revendedora da Rommanel, foi feita uma capacitação gratuita em uma das franquias da marca. “Um consultor nos apresentou informações como características das peças, onde ele detalhou os cuidados necessários para garantia para que, assim, o consumidor tivesse uma maior durabilidade do produto, já que se trata de peças folheadas e não de joias. Caso o cliente reclame de algum defeito, nós encaminhamos o produto para a Rommanel para eles analisarem se é erro de fabricação ou mau uso”, afirmou.

Segundo a gerente de marketing da Rommanel, Raquel Santana, para tornar-se uma revendedora, não é exigido um tipo de perfil específico. “O perfil é para qualquer pessoa, desde que possua idade acima de 18 anos. Basta ir a uma das franquias levando CPF, RG e comprovante de residência, além de fazer um investimento inicial de R$ 600, que pode ser dividido em até três vezes no cheque ou cartão”.

Para que o revendedor não tenha prejuízos por conta de algum cliente, a gerente deixou clara a posição da Rommanel sobre o assunto: “Quando a revendedora se cadastra, ela recebe a orientação de vender sempre recebendo uma entrada, com isso, minimiza a possibilidade de prejuízos, porém elas são livres para vender da forma que achar melhor, e quando não conhecer o cliente o mais seguro é vender a vista”, alertou. “Existe também a possibilidade da revendedora se cadastrar como autônoma nas operadoras de cartões através de seu banco e vender com cartão de crédito, tendo segurança nas vendas”, completou.

Mas, não é só a área de semi-joias que está em alta e entre as mais procuradas pelas mulheres, mas a linha de perfumaria e cosméticos também.  É o caso da cabelereira Ana Cristina, 32 anos, que revende produtos da Natura há, aproximadamente, 11 anos.

De acordo com Ana Cristina, o fato de ter se tornado revendedora também foi para ajudar na renda familiar como nas despesas extras. “Na minha casa funciona um salão de beleza, que é a minha principal fonte de renda. Mas, a revenda autônoma veio mais para complementar e para eu tirar um lucro a mais em cima do que eu já ganho com meu trabalho”, contou.

Em relação à quantidade vasta de clientes, a cabelereira atribui às indicações feitas de uma pessoa para outra. “Eu, antes de ter meu próprio negócio, trabalhava em um outro salão, onde conquistei uma boa clientela. Saí de lá, mas continuo, não só com os mesmos clientes, como ganhei novos devido ao boca a boca e às indicações. Mês de festa é a melhor época para se vender”, disse.

Para ter conhecimento sobre os produtos cadastrados no catálogo da Natura, Ana Cristina informou que a empresa realiza, mês a mês, cursos gratuitos para as revendedoras. “Durante os encontros, participamos de cursos de perfumaria, maquiagem, de pele e cabelo para conhecermos o produto que estamos vendendo para, então, indicar a melhor opção de acordo com o perfil do cliente. Por exemplo, há alguns que preferem uma fragância mais suave, outros gostam de perfumes amadeirados, então, eu já tenho em mente qual linha indicar”.

Segundo o diretor regional da marca no Norte e Nordeste, Daniel Silveira, para se tornar um revendedor, as exigências são mais rígidas comparadas as da marca de semi-joias Romannel. “Para se candidatar à vaga, além da apresentação do CPF, RG e comprovante de residência, é preciso ser alfabetizado, ser maior de idade e não ter restrição de crédito no SPC/ Serasa. Possuir um telefone, desde que seja fixo, para facilitar a comunicação, também é necessário”, enfatizou.

Em relação à perspectiva de lucro, o diretor afirmou: “É possível lucrar até 30% com a venda dos produtos. Além disso, a cada novo ciclo há promoções especiais que podem aumentar ainda mais os ganhos financeiros. As vendas diretas cresceram na última década de forma acentuada, acompanhando a ascensão da classe média e o crescimento da economia brasileira. Em muitos casos, ela deixou de representar uma fonte de renda extra para se tornar a principal fonte de recursos da família”.

De acordo com o diretor, o número total de consultoras no Brasil só no ano passado chegou a 1.573 milhão, com crescimento de 10,7% em relação ao ano de 2011. Atualmente, a rede cresceu cerca de 8%, somando 1.268 milhão de consultoras.

Sobre o serviço de pronta-entrega que hoje se encontra mais ágil, o que facilita o trabalho das consultoras, Silveira justifica que foi possível devido a ampliação da malha logística no País e ao investimento em tecnologia de sistemas para captação dos pedidos.” Hoje, o nível dos serviços prestados evoluiu e mais consultoras foram atendidas em menos tempo. Hoje, 25% delas recebem seus pedidos em até 48 horas. Realizamos entregas mais rápidas e precisas, já que em 2012 também registramos o menor índice de indisponibilidade de produtos dos últimos sete anos”, concluiu.

*Crédito das fotos: Cleiton Lima/LeiaJáImagens e Kleber Freitas/LeiaJáImagens

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