Governo desiste de aumentar em 2 anos cursos de medicina
Tempo extra, que antes previa serviço obrigatório no SUS, agora será aproveitado durante a residência médica
O Ministério da Educação voltou atrás da decisão de aumentar em dois anos a graduação em medicina, como previa inicialmente o programa Mais Médicos. A ideia era que os estudantes, após os seis anos de formação, prestassem serviço obrigatório no Sistema Único de Saúde (SUS). Agora o tempo extra será aproveitado na residência.
A mudança foi anunciada nesta quarta-feira (31) pelo ministro da Educação, Aloízio Mercadante, após uma reunião com especialistas, representantes da Associação Brasileira de Ensino Médico e reitores de universidades federais.
Médicos e estudantes de todo país realizaram protestos contra a extensão da graduação. Eles também são contra o incentivo para a contratação de médicos estrangeiros.
Segundo Mercadante, os estudantes ainda serão obrigados a atuarem no SUS, mas o trabalho contará para o período da residência. Assim, evita-se que a formação dure dez anos - seis do curso, dois de serviço no SUS e dois de residência. O ministro negou que o governo tenha recuado e disse que essa mudança anunciada nesta quarta já estava prevista da medida provisória que institui o programa.
De acordo com a nova proposta, no período da residência médica, os estudantes terão que atuar no setor de urgência e emergência do SUS no primeiro ano da especialização. Já no segundo ano, eles atuarão na área em que escolherem.
"Houve uma unanimidade nessa questão e a gente colhe isso de forma positiva", disse Mercadante. "O mais importante é buscarmos entendimento sobre como melhorar a formação dos médicos no Brasil.