Se diante da “magia do Natal” ele divide opiniões sobre sua existência, na vida real e concreta sua figura representa um bom momento de ganhar dinheiro. É justamente nesta época que o Papai Noel entra no imaginário popular para distribuir presentes e trazer alegria para o povo, e, em locais de lazer e centro de compras, trabalhadores desconhecidos durante o restante do ano, viram celebridades como “Papais Noeis” para divertir a criançada.

Um grande shopping localizado no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, investiu em sua decoração e atividades natalinas um montante de R$ 3,5 milhões. Dentro desse valor está a fração financeira paga aos quatro homens que aceitaram se fantasiar e representar Papai Noel para a alegria das crianças e dos pais. Um deles é o senhor Salvio P. Silva, de 64 anos de idade, e que há dez atua como o “bom velhinho”.

Dono de uma barba e cabelos brancos praticamente iguais aos do personagem Papai Noel, o aposentado se diz muito feliz em trabalhar na função. Ele não revela quanto ganha pelo serviço – que gira em torno de quatro horas -, destacando que o dinheiro não é o mais importante neste trabalho. “O mais gratificante é estar com as crianças e ver a alegria delas. É um serviço maravilhoso. Com sinceridade, não tem parte difícil neste trabalho”, conta Salvio.

De acordo com o senhor, durante todo esse tempo se vestindo como Papai Noel, muitas das crianças já sabem que o velhinho não as presenteia. “Tem pai que chega e diz: peça ao Papai Noel, mas, que dá o dinheiro é painho. Isso faz parte da evolução de pensamento das famílias”, diz.

A Mamãe Noel

Além dos bons velhinhos, algumas mulheres também aproveitam para ganhar dinheiro representando outro personagem do Natal. A ex-funcionária pública, Erika Simone Silva, 39, pela primeira vez aceitou o pedido de ser Mamãe Noel. Para ela, o lado financeiro também não é o mais importante.

“O que eu gosto de verdade é da magia do natal. Além disso, para mim é muito fácil ser Mamãe Noel. Eu também sou mãe e tenho essas crianças como meus filhos”, relata Erika. Ela também não revela quanto ganha pelo serviço, porém, afirma que o valor é bem satisfatório.

A administradora Polyanna Prutchunsky, mãe da pequena Iara, de dois anos e 8 meses, levou a garotinha para ver o Papai Noel e a Mamãe. Segundo ela, é um momento de despertar nas crianças um pouco do sentimento natalino. “Eu acho maravilhoso. A Iara fica encantada. Acredito que é um trabalho muito importante para o shopping e seus clientes”, opina.