Professores suspendem greve, mas marcam novas negociações
Categoria da Rede Municipal de Ensino do Recife irá se reunir em uma nova mesa de negociação na próxima segunda (21), às 15h, na sede da Prefeitura
Os professores da Rede Municipal de Ensino do Recife encerraram a greve, que já durava dez dias, após assembleia realizada nessa sexta-feira (18). No acordo firmado entre a categoria e a Prefeitura do Recife (PCR), as aulas serão normalizadas na próxima segunda-feira (21). De acordo com o Sindicato Municipal dos Professores de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere), a classe aceitou encerrar a paralisação e conseguiu a garantia de que a Prefeitura abonaria os dias que a categoria ficou parada. Os professores também conseguiram marcar uma nova mesa de negociação para a próxima segunda-feira (21), às 15h, na sede da PCR.
A proposta final da gestão do município foi condicionar o reajuste salarial dos professores a um aumento de receita líquida da cidade, podendo chegar de 10,67% (inflação do período). Também ficou acordado um reajuste linear de 5% para os trabalhadores com salário inicial abaixo de R$ 1,7 mil a partir de março e de 10,67% do ticket-alimentação a partir de agosto para todos os servidores.
De acordo com a diretora do Simpere, Cláudia Ribeiro, a categoria aceitou suspender a greve, mas a luta continua por melhores condições de trabalho. "Ficou acordado que as aulas fossem normalizadas a partir de segunda. Fizemos passeatas, protestos e ocupações por não aceitar a postura intrasigente da gestão. Queremos retomar as negociações da lei do piso salarial", explicou. Ela afirmou que a Prefeitura fechou um acordo para que a greve se encerrasse, que a categoria não teria os dias da paralisação descontados e que as negociações em mesas seriam retomadas.
A Prefeitura do Recife informou que não há condições financeiras para conceder o reajuste à categoria. De acordo com o representante da Secretaria de administração e gestão de pessoas, Marcone Muzzio, chegou ao fim o limite estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. "O ano é muito crítico e a realidade é muito complicada. Os brasileiros estão sentindo a crise. Durante os três anos que estivemos à frente da gestão, demos aumento acima da inflação. Recife é a capital que a mais investe em servidor. No entanto, a gente não tinha possibilidade de atender as demandas dos trabalhadores municipais. Por isso, fizemos o que a lei de responsabilidade fiscal nos impõe", argumentou Marcone.