Patins e segways: diversão sinônimo de trabalho

Profissionais com habilidades em andar de patins e desenvoltura para os patinetes elétricos têm cada vez mais espaço no mercado de trabalho

por Camilla de Assis seg, 13/06/2016 - 15:51

Andar com os chamados segways, conhecidos popularmente como patinetes elétricos, pode ser sinônimo apenas de diversão para algumas pessoas. Porém, é crescente o número de profissionais que atuam em suas funções utilizando tais aparelhos. Nos shoppings, por exemplo, é possível reparar uma quantidade cada vez maior de seguranças deslizando pelo piso dos centro de compras nos aparelhos, que despertam a atenção das pessoas e são motivos de brincadeiras.

No Shopping RioMar, localizado no bairro do Pina, na Zona Sul do Recife, todos os 60 profissionais que atuam na função de inspetores de segurança utilizam os segways para circular pelo mall do estabelecimento. De acordo com a coordenadora de recursos humanos do RioMar, Cíntia Leite, o equipamento funciona como um meio de ágil locomoção para bom desempenho. 

“O inspetor não fica somente na segurança, como também está atento ao que acontece no mall. Seja uma criança perdida, ou alguém que peça informações, então ele conduz a pessoa até o local e o equipamento comporta a rapidez e agilidade que são necessários para a função”, explica Cíntia. Os valores dos equipamentos variam de acordo com o local onde é adquirido, mas cada segway pode chegar a custar R$ 3 mil.

No shopping, os inspetores de segurança trabalham 44 horas semanais, em escala de cinco dias trabalhados e um dia de folga. Apesar de a função não ser destinada exclusivamente à vigilância, para se candidatar a uma vaga é necessário ter um curso de vigilante. “Além disso, é exigido ensino médio completo ou superior em andamento”, afirma Cíntia.

Há três anos como inspetora de segurança, Otacília Fernandes saiu de um emprego de vendedora em uma loja localizada no RioMar. “Achava muito bonito e organizado aquelas pessoas andando nos segways e resolvi mandar meu currículo. Quando me chamaram, pedi demissão da loja e entrei na seleção para a inspeção”, explica Otacília.

Segundo a inspetora, o desafio de subir pela primeira vez no equipamento não a assustou. “Foi muito fácil, em dez minutos eu já estava nos corredores do mall, juntamente com o instrutor”, conta. Apesar de desbravada, os cuidados são necessários. “Eu tenho medo de cair ou de machucar algum cliente, porque muitas vezes eles passam na frente o segway. Então, é sempre bom andar com uma velocidade moderada”, pondera.

Thiago Joaquim da Silva, 32 anos, também atua na função de inspetor de segurança, desde a inauguração do Shopping RioMar, há quase quatro anos. “Eu já servi ao exército e não optei pela segurança pública, mas pela privada”, conta. Segundo o profissional, o equipamento é um facilitador do serviço. “A forma de locomoção é mais rápida e eu tenho uma visão privilegiada da minha posição, já que eu posso enxergar os pontos em que os clientes circulam”, complementa Thiago.

Patins

Não só de segways é feita a locomoção dos profissionais que atuam em centros de compras. Os patins também são meios de locomoção para quem exerce função ligada à limpeza, no RioMar. Os patinadores, como são classificados, andam sobre as oito rodas dos sapatos realizando a limpeza e a organização do mall.

“Para trabalhar na função, é necessário ter espírito colaborativo, além de atenção, disciplina e agilidade”, afirma a coordenadora de RH, Cíntia Leite. São 12 funcionários no shopping, que atuam em escala de cinco dias trabalhados para um dia de folga, em 44 horas semanais de trabalho. Atualmente, existem duas vagas disponíveis no RioMar.

Ao se inscreverem, os candidatos passam pela seleção, que exige ensino médio completo ou em andamento e experiência anterior com patins. Não é necessário que o profissional tenha trabalhado anteriormente utilizando o equipamento, mas ele deve comprovar que sabe andar sobre as rodas. “É feito um teste prático, em que a pessoa selecionada vai andar e comprovar que tem domínio sobre o patins”, conclui Cíntia.

Jeanderson José de Souza, de 21 anos, afirma que desde pequeno sabe utilizar o equipamento. “Com uns oito ou nove anos eu andava muito e só voltei agora. É uma coisa que nunca esqueci”, fala o patinador. Segundo o funcionário, o trabalho em cima dos patins vai muito além da diversão. “Os clientes acham que é divertido estar aqui, mas só a gente sabe como é uma correria. Só nos divertimos quando o shopping ainda está fechado e a gente [pessoas da mesma função] aposta corrida nos corredores", brincou. De acordo com o Shopping RioMar, as remunerações para as duas funções não podem ser divulgadas. Veja detalhe dos trabalhos: 

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