Enem: tema da redação não deve preocupar candidatos
Especialista explica por quais motivos o assunto a ser cobrado na redação do exame não deve ser uma preocupação para os estudantes
Faltam menos de dois meses para a edição de 2018 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e estudantes de todo o Brasil que realizarão a prova já começaram a dar seus palpites sobre os possíveis temas a serem abordados na redação. O exame é conhecido por propor a reflexão de assuntos de relevância social, assim como o da última edição, de 2017, em que os candidatos tiveram que redigir um texto sobre “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”.
No entanto, para a coordenadora do curso de Letras do Centro Universitário Internacional Uninter e orientadora do Pré-Enem da instituição, Paula Reis, apesar da importância de abordar a inclusão de pessoas com deficiência na sociedade, o tema surpreendeu os candidatos devido o despreparo para pensar em soluções.
Segundo a especialista, os estudantes podem ficar despreocupados quanto ao assunto a ser cobrado no exame. O importante é focar os estudos em como redigir um texto com bons argumentos, além de demonstrar domínio da língua portuguesa.
“Há uma infinidade de possíveis temas e que jamais serão esgotados. Além disso, ninguém oferecerá uma ideia brilhante capaz de sanar todos os problemas do mundo e os corretores sabem. Foque em oferecer soluções possíveis, pequenas mudanças com teor cidadão, mas efetivas. Já valem o ponto”, esclarece.
Paula acrescenta que para os avaliadores do Enem o que mais conta é o fato do candidato conseguir por meio das palavras e posicionamentos demonstrar noções claras de cidadania. “O efeito surpresa do tema é justamente para detectar quem tem esse perfil”, ressalta.
Uma das principais características do exame é a exigência de propor soluções a problemas da sociedade de forma argumentativa. Por isso, segundo a coordenadora, o foco dos candidatos deve ser trabalhar o potencial de criar conclusões diante das dificuldades sociais. “Nós vivemos em um país de desigualdades. O mais importante não é descobrir qual desigualdade será colocada em discussão, mas saber que existem e querer resolvê-las”, sugere.
A redação do Enem possui cinco critérios de avaliação, cada um com valor máximo de 200 pontos. Ao praticar a escrita, os estudantes devem pensar em detalhes fundamentais como a construção do texto. “Preocupem-se em saber como fazer rascunho sem rasurar o documento da prova, construir um texto com começo, meio e fim, a ser pontual e não se desesperar”, orienta.
Mas também é imprescindível que os estudantes estejam atentos para não ferir a Constituição Brasileira no texto, pois isso pode acarretar em perda de pontos. “É um concurso como qualquer outro de nível federal e que não permite expressão de ofensa, injúria ou calúnia no texto. Precisamos conscientizar os estudantes que preconceito não é opinião e jamais será um argumento válido”, conclui.