Como aproveitar as linhas na redação do Enem?
Professores dão dicas de como organizar o espaço designado para uma das provas mais extensas do Exame Nacional do Ensino Médio
Parte assustadora para muitos alunos, a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é o único momento da prova no qual estudantes têm a oportunidade de defender ideias perante um avaliador. Essa defesa, porém, chega ao professor de forma anônima: apenas o conteúdo escrito dentro das margens, nas 30 linhas delimitadas pela banca organizadora, pode ser corrigido. Como aproveitar, então, esse espaço? Há um tamanho ideal de linhas para que o meu texto alcance uma nota máxima?
Entre os docentes, a resposta é unânime: o aluno deve aproveitar ao máximo todas as linhas oferecidas pela prova. “Quando um texto tem mais linhas, geralmente, os corretores têm mais atenção”, explica o professor Felipe Rodrigues. Para ele, o aluno precisa se atentar à obedecer a estrutura pedida pelo exame e pode, então, colocar a preparação de um ano inteiro em prática. “Indico que o aluno faça o maior número de linhas possíveis. Ele tem conhecimento para passar ao corretor”, analisa.
Aqueles que têm toc com os parágrafos “coladinhos” devem prestar atenção redobrada: apesar de não constar de forma explícita no manual de redação, não é recomendável que o aluno pule linhas. “A gente contabiliza o total escrito e conta até a quantidade de erros de gramática em comparação àquela quantidade de linhas. Se o aluno escreveu uma redação com 15 linhas, mas pulou uma, o que vai ficar registrado é que o texto tem 14”, explica a docente de redação do Grupo Máximo, Amanda Alves. A professora, que tem experiência com correção das redações do Enem, conta que a divisão de espaço para cada parte do texto varia de acordo com as ideias expostas pelos alunos, mas, se quiserem atingir a pontuação máxima, eles devem atentar a algumas regras.
“O estudante precisa saber que a introdução tem que ser necessariamente menor do que o desenvolvimento e a conclusão”, categoriza Amanda. Essa necessidade se dá porque, pela lógica do texto dissertativo-argumentativo, o primeiro parágrafo é voltado para expor ideias, enquanto o segundo, para aprofundá-las.
O professor Felipe Rodrigues delineou um modelo de divisão de linhas que pode ajudar os feras na hora da redação. Confira:
Outro ponto importante a ser considerado é a necessidade de respeitar as margens oferecidas pela folha oficial de redação. “Tudo o que passar da margem, seja para o lado, para baixo, para cima, não vai ser corrigido. Não adianta nem escrever um recadinho para o avaliador avisando, até porque isso [o recado ao avaliador] deixa a nota zerada”, conta a professora de redação Shenia Bezerra.
Apesar do incentivo para que todo o espaço seja preenchido, os alunos com dificuldade de escrever muito devem “O número mínimo para que essa redação seja corrigida são oito linhas”, explica Shenia. Os considerados “parágrafos embrionários” também podem tirar pontos dos candidatos à prova. “São considerados parágrafos embrionários aqueles com menos de três linhas. Com ele, o aluno não consegue atingir nota máxima na competência dois, que vale 200 pontos”, pontua a professora Amanda.
Atentos às regras que podem fazê-los deslizarem na hora da escrita, os feras podem encontrar no treino constante e na calma dois bons aliados para a parte dissertativa do Enem. Com o relógio marcando menos de duas semanas para a hora da prova, o momento é de confabular sobre possíveis temas e preparar as canetas pretas.
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