Áreas de serviço devem empregar mais profissionais em 2019

Segundo especialistas, se a expectativa do mercado se concretizar, cargos de prestação de serviços voltarão a movimentar a economia do País; por outro lado, salários dos trabalhadores poderão decair

por Adige Silva qua, 02/01/2019 - 09:04
Pixabay Construção civil é um dos setores da economia que não se recuperaram da crise Pixabay

O ano de 2018 mal acabou, mas já podemos dizer que deixou um gosto amargo, principalmente na economia. Com alta taxa de desemprego e aumento no índice da pobreza, o brasileiro conta com o mercado na esperança por mudanças para 2019. Segundo o economista Ecio Costa, o índice de confiança do consumidor está em alta, portanto, a expectativa é de aumento na geração de empregos via consumo.

“Geralmente, isso costuma abranger diversas áreas. Principalmente, as de bens de consumo não duráveis, como alimentos, bebidas, vestuário e alguns segmentos de bem duráveis também, se o crédito assim facilitar”, afirma o consultor de empresas e professor de economia da Universidade Federal de Pernambuco. Ainda segundo Ecio, tais mudanças só irão acontecer se a expectativa do mercado se cumprir, o que é ainda muito instável.

Com a possibilidade de alto consumo, a principal área beneficiada com isso será a dos setores industrial e comercial, principalmente, no segmento de prestação de serviço. “As indústrias que são voltadas para o consumo, como as automobilísticas, de alimentos, vestuário, devem sofrer demandas por novos empregos, na medida que o consumo das famílias vai aumentando. Tudo vai depender dessa retomada”, enfatiza o especialista.

Para o também economista Brenno Almeida, a mudança governamental é o principal fator para a euforia de alguns setores da economia. Para ele, toda mudança de governo tende a mexer com as expectativas dos agentes econômicos, consequentemente, trazendo confiança e alavancando os investimentos. Tal mudança pode ocasionar em aumento de contratações, reformas de plantas industriais e ampliação de negócios.

Porém, o especialista em gestão pública afirma que alterações recentes na Lei da CLT podem mexer no bolso do trabalhador. “A tendência é que os trabalhadores tenham os contratos de trabalho substituídos já dentro da nova lei trabalhista. Isso pode gerar, de certa maneira, contratações com salários menores”, pondera.

Prestação de serviço pode transitar por várias áreas, desde funções como faxineira, encanador a serviços mais especializados como médico e dentista. Na área da tecnologia, o segmento também vai ser bastante explorado. Porém, esta demanda pode gerar mudanças em algumas profissões e desaparecimento de outras. “A gente pode ter uma modernização nos empregos a serem gerados. (Na área de tecnologia) novos tipos de serviços como digitadores, programadores, operadores de máquinas modernas. Outros, como operadores de telemarketing, operadores de máquinas que estão deixando de serem usadas devem aos poucos irem perdendo espaço”, explica Ecio Costa.

Brenno Almeida relata que “ainda existem setores que estão bastante deprimidos economicamente”. Segundo ele, são setores que não retomaram de maneira consistente a atividade econômica e que se encontram em um processo de recuperação. Para Ecio, o setor da construção civil se encaixa nesse perfil. “A construção civil sofreu muito com a crise e aos poucos que vem apresentando uma retomada. É provável que em 2019 seja ainda um período muito lento, em termos de recuperação na atividade econômica desse setor - que é um setor que tradicionalmente emprega muitos trabalhadores”, exalta o profissional.

Além disso, Ecio afirma que, na contramão da construção civil, outras áreas tradicionais, como finanças e marketing, não sofreram tanto neste ano e prometem se manter estáveis para o ano de 2019. Segundo o economista, os setores se destacaram em meio à turbulência vivida nesse período. “Na crise, muitas empresas precisaram se reinventar e o marketing é extremamente necessário para isso. Quanto às Finanças, tanto as empresas quanto pessoas precisam cada vez mais de ajuda”, finaliza.

 

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