Medicina: da persistência à aprovação

Conheça história de pessoas que prestaram vestibular por várias vezes até conseguirem conquistar o sonho de cursar a graduação

por Bruna Oliveira sex, 18/10/2019 - 17:28
Cortesia/Mylena Cavalcante Irmãs Myrla e Mylena alcançaram, após várias tentativas, entrar na graduação em medicina Cortesia/Mylena Cavalcante

Ser médico é uma profissão que além do conhecimento exige amor, visto que o profissional é responsável por cuidar da saúde humana, de forma em que previne, faz diagnósticos, trata e cura doenças.

Muitos apaixonados pela medicina sonham com o dia em que vão ingressar na graduação. No entanto, passar no vestibular não é uma tarefa fácil, já que o processo da área é um dos mais concorridos do Brasil. Na primeira edição de 2019 do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) foi a instituição com a maior nota de corte no curso de medicina, alcançando 901,50, seguida da Universidade de São Paulo (USP) com 858,44. Já a Universidade Federal do Acre (UFAC) atingiu 857,68, alcançando o terceiro lugar das mais concorridas na área. Completando o ranking das cinco notas mais altas, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) obteve 853,09 e a Universidade Federal do Paraná (UFPR) 828,36.

Para conseguir alcançar o sonho que nutriu dentro de si desde a infância, Marília Lima, que atualmente é médica residente em ginecologia e obstetrícia, dedicou horas de estudos em casa e em curso preparatório que incluíam até fins de semana. “De segunda a sexta eu estudava das 8h até por volta das 22h. Já nos finais de semana, eu reduzia o horário até às 18h”, explica.

Mesmo diante de uma rotina organizada e regrada, Marília, antes de ser aprovada pela Universidade de Pernambuco (UPE) em 2011, tentou o vestibular por três anos, sem obter sucesso. “Em vários momentos pensei desistir. Quando não passava, chorava bastante, mas depois tomava banho e voltava a estudar.”, declara sobre as frustrações que sofreu durante o período de tentativas.

Foto: Cortesia/Marília Lima

Ainda sobre a persistência, a médica ressalta que não se pode desistir do que se ama, visto que o tempo utilizado nas tentativas é pequeno se comparado a uma vida de ofício. “Esse tempo serviu de amadurecimento, porque na medicina, por exemplo, há casos de pacientes  em que o médico não consegue o tratamento necessário. Diante disto, ele vai desistir do paciente? Não, ele tem que fazer o melhor para ele”, fala.

Exemplo dentro de casa

Nascidas na cidade de Venturosa, município localizado no Agreste de Pernambuco, as irmãs Mylena Cavalcante, 27, e Myrla Cavalcante, 25, após concluirem o ensino médio, optaram por deixar a vida no interior do estado pelo sonho de cursar medicina em Recife. 

Myrla, estudante do terceiro período da graduação na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE),  acredita que o desejo de cursar medicina tenha surgido devido a influência da irmã, que desde o quarto ano do ensino fundamental, antiga terceira série, resolveu ser médica. “Quando eu estava no ensino médio, minha irmã já estava no Recife prestando vestibular para medicina. No entanto, eu só vim realmente optar pela área no terceiro ano.”, diz.

Em 2012, Myrla resolveu seguir os passos da irmã e se mudou para a capital do estado para que juntas estudassem para o vestibular, no qual após um ano de curso preparatório, Mylena conseguiu passar. Myrla, por sua vez, utilizou a irmã como exemplo e depois de cinco anos estudo foi aprovada no processo seletivo da UFPE.   “Foi uma das melhores sensações que eu posso mensurar que ultimamente senti. Foi algo incrível! É o sentimento que desejo a quem de fato quer muito algo”, fala a estudante.

 

Tendo passado por todo o processo de estudo que envolve pré-vestibular e graduação, Mylena, em 2018, se formou em medicina e atualmente exerce a função de médica em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), através do Programa Mais Médicos. “É muito gratificante ver que eu posso modificar a vida de alguém que passou por um sofrimento causado por uma doença, mesmo que seja só ouvindo a pessoa. É muito bom saber que a gente tem uma profissão que tem um enfoque social tão importante.”

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