Pandemia faz aumentar a busca por trabalhos freelancers
Levantamento realizado por empresas especializadas em trabalhos freelancers e remotos revelam aumento de até 54% nos cadastros de novos profissionais
A prestação de serviços tem se tornado cada vez mais frequente, o trabalho como freelancer, por exemplo, vem sendo uma saída para quem deseja ter uma lucratividade a mais no fim do mês. No momento de pandemia em que o mundo vive, o trabalho home office tem se aliado aos "freelas", onde as pessoas pode trabalhar no conforto de casa, efetuando atividades para diferentes empresas e guiando trabalhos e projetos.
Com a pandemia causada pela Covid-19, muitos profissionais foram demitidos e outros passaram a exercer atividades remotamente. Para saber como se encontra o cenário do mercado dos freelas, o LeiaJá entrou em contato com diferentes empresas para saber o balanço de demanda antes e depois da crise causada pelo novo coronavírus.
De acordo com dados da 99Freelas, a porcentagem de projetos publicados, propostas enviadas, novos clientes e freelancers, do mês de maio dos anos de 2018/2019 para 2019/2020, aumentaram bastante. “Tivemos crescimento em todas nossas linhas, principalmente devido a pandemia”, afirma a 99Freelas.
Levantamento de maio/2018 e maio/2019:
Projetos Publicados (24%)
Propostas enviadas (17%)
Novos clientes (-33%)
Novos freelancers (16%)
Levantamento de maio/2019 e maio/2020:
Projetos publicados (44%)
Propostas enviadas (76%)
Novos clientes (43%)
Novos freelancers (54%)
De acordo com a Workana, plataforma de mercado para trabalho freelancer e remoto, durante o mês de fevereiro de 2020 a empresa contava com 2,8 milhões de profissionais cadastrados, número que saltou para 3,2 milhões durante o isolamento social. No Brasil o crescimento foi de 32%. “Foram mais de 100 mil freelancers apenas no mês de abril deste ano; baseado em um levantamento global, incluindo América Latina e Ásia. “É o maior crescimento desde a sua fundação, em 2012”, afirma a Workana.
Confira abaixo as áreas com maior número de cadastros de freelancers no Brasil:
Já as áreas com maior busca por profissionais no País está Engenharia e Manufatura (68,42%), Legal (95,65%), Marketing e Vendas (12,80%), TI e programação (8,67%) e Finanças e administração (1,92%).
De acordo com a Workana, as empresas já solicitaram mais de um milhão de trabalhos na Workana desde a função da empresa, em 2012. A média mensal atual é de 30 mil novos projetos por mês, ou seja, por dia, as empresas publicam na Workana em média mil novos trabalhos, mil novas oportunidades para os profissionais.
“Notamos um crescimento considerável em todas as categorias de trabalho da Workana. Acreditamos que o motivo seja o nosso ‘novo normal’, este momento em que todos estão trabalhando em casa. Alguns profissionais estão provando o trabalho freelance por terem mais tempo livre em casa, outros lamentavelmente estão em busca de novas oportunidades por estarem desempregados, mas independente do motivo a tendência é clara: ao descobrirem que trabalhar em casa é possível e traz muitos benefícios, como liberdade e qualidade de vida, cada vez mais profissionais verão o trabalho freelancer como uma modalidade interessante para terem a vida e a carreira que almejam.
Já o Remote Jobs diz que não foi feito um levantamento específico, mas analisou um aumento de 25% no tráfego desde a pandemia. “As pessoas estão procurando mais emprego remotos”, diz a empresa.
Quem trabalha como freenlancer
Há pessoas que trabalham como freelancers há muito mais tempo para ter uma renda extra, como é o caso de Silvio Francs, recém formado em jornalismo. “Desde 2017 presto serviços para diferentes empresas, e gosto bastante, pois consigo efetuar o serviço em paralelo com o meu trabalho, em uma agência de viagens”, relata. Sobre a adaptação do trabalho em casa, ele diz que “foi fácil, fone de ouvido, um lugar quieto e um computador, aí fui seguindo, maioria das vezes no laboratório de informática da faculdade ou em casa durante a madrugada. Cada projeto aprendo algo novo e é muito massa”, comentou.
Já para o programador, Jorge Lima, que desde 2016 utiliza o tempo livre trabalhando como freelancer, comenta que “o maior desafio foi aprender a lidar com pessoas. Muita gente quer orçamento, mas pouca gente está realmente disposta a pagar pelo que estão pedindo. Um freelancer tem que aprender a se valorizar e valorizar seu tempo. É muito comum um cliente estabelecer o escopo de um projeto, e quando você termina e entrega o produto querer adicionar funcionalidades que não estavam no escopo inicial, sem querer pagar por isso”, analisa Jorge.
Ele ainda acrescenta que um dos pontos importantes é saber fazer orçamento. “No começo eu ia pelas horas que achava que precisaria para fazer o projeto, mas isso é um erro. Ao cobrar por horas, minha habilidade como programador começa a aumentar e eu começo a fazer os projetos de forma mais rápida, diminuindo quanto eu cobraria por isso. Sem contar que, no geral, é uma vantagem para o cliente eu terminar mais rápido. Logo, eu cobro de acordo com o valor daquilo que foi pedido, quanto eu imagino que aquilo vai valer para meu cliente ou quanto eu imagino que ele vai ganhar com isso. Investigo um pouco a pessoa para saber quanto ela vai poder pagar”, comenta. “Outra coisa útil para um freelancer é saber dizer não. Alguns projetos, tanto pelo tipo de cliente, quanto pelo que a pessoa está pedindo vão gerar apenas stress e é melhor ficar longe deles”, finaliza