Número de mulheres na ciência cresce 61% em seis anos

Na série histórica analisada, o número de mulheres doutoras sempre esteve à frente de homens

ter, 09/03/2021 - 16:50

A quantidade de doutoras tituladas cresceu em 61%, de 2013 a 2019, de acordo com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O número passou de 8.315 para 13.419 na série histórica analisada, e sempre esteve à frente do de homens, que foi de 7.336 para 11.013 no mesmo período.

A presença feminina também é relevante para a propriedade intelectual da ciência nacional. O número de patentes registradas com participação de mulheres mostrou crescimento de 682% em seis anos. Foram 335 em 2013 e 2.621 em 2019. No entanto, diferentemente dos títulos, a quantidade ficou abaixo em relação aos homens — 497 em 2013 e 3.346 em 2019.

Única representante do Brasil entre os 23 vencedores do prêmio Cientista do Ano 2020, a bioquímica Angela Wyse dá aulas em dois programas de pós-graduação (PPGs): em Bioquímica e em Educação em Ciências, ambos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A professora lembra que o caminho até a educação superior começa na infância. “Devemos estimular as meninas a ter brinquedos que estimulem a criatividade, assim como os meninos. É um processo que, em minha visão, estimulará a presença cada vez maior das mulheres na ciência”, diz Wyse.

Segundo Heloísa Hollnagel, diretora de Relações Internacionais da CAPES, os aumentos dos números de doutoras e de registro de patentes com participação feminina demonstram a importância em buscar diversidade na ciência. “Fico feliz em ver que vinte anos depois do meu doutorado, hoje temos mais mulheres tituladas e com números expressivos na produção de artigos científicos de impacto. Essa produção de conhecimento com o nível cada dia mais relevante, resulta em mais registros de patentes, estimulando a colaboração internacional e a obtenção de fomento externo”, diz.

 

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