Direção de escola é exonerada após denúncia de doutrinação

Caso aconteceu em uma escola do Rio de Janeiro. Gestão da unidade também foi acusada de causar aglomeração de estudantes

por Rachel Andrade ter, 25/05/2021 - 15:26
Divulgação/Sepe Sindicato denunciou aglomeração e doutrinação em escola Divulgação/Sepe

A Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME-RJ) decidiu pela exoneração do corpo dirigente da Escola Municipal Cívico-Militar Carioca General Abreu, na Zona Norte da cidade. A pasta divulgou, em sua conta no Twitter, o desligamento “por desrespeito ao protocolo sanitário e por conduta incompatível com o ambiente escolar”, após receber uma denúncia do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ) sobre um evento realizado com os alunos na manhã desta terça-feira (25).

Segundo imagens divulgadas pelo Sepe, os estudantes estavam aglomerados no pátio durante o hasteamento da bandeira, em descumprimento às regras de distanciamento social, em vigor devido à pandemia do novo coronavírus. O sindicato também informou que recebeu vídeos de parte do discurso proferido no momento, em que se ouviu “discurso partidário e doutrinário utilizado pelo orador perante alunos e responsáveis presentes à formatura, que se configura claramente numa atitude contra os princípio educacionais, com utilização de slogans do governo federal (“Brasil acima de Tudo, Deus acima de todos), deixando claro também que os estudantes da escola seriam privilegiados em relação aos alunos da rede regular (“Nós somos nós. E o resto é o resto!)”.

Em nota de denúncia, a entidade sindical expressa sua visão acerca da conduta da instituição de ensino. “O Sepe alerta para a tentativa de criação de uma rede de ensino à parte da rede municipal de educação com unidades militarizadas que submetem seus alunos à doutrinação, retirando deles a individualidade e a capacidade de autodesenvolvimento. O sindicato entende que este modelo de escola, além de não atender a diversidade, não contribui para a formação de cidadãos com capacidade crítica”.

A nota também informa que houve denúncia ao Ministério Público Estadual (MPE) e na Comissão de Educação da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Até o fechamento desta matéria, a SME não divulgou quem estará à frente da escola.

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