Magno Martins

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Política Diária

Perfil:Graduado em Jornalismo pela Unicap e com pós-graduação em Ciências Políticas, possui 30 anos de carreira e já atuou em veículos como O Globo, Correio Braziliense, Jornal de Brasília, Diário de Pernambuco e Folha de Pernambuco. Foi secretário de Imprensa de Pernambuco e presidiu o comitê de Imprensa da Câmara dos Deputados. É fundador e diretor-presidente do Blog do Magno e do Programa Frente a Frente.

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A polêmica do voto impresso

Magno Martins, | seg, 23/11/2015 - 10:01
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Contrário à adoção do voto impresso, o Tribunal Superior Eleitoral prevê uma série de dificuldades para implementar o novo sistema no país. Aprovada pelo Congresso na minirreforma eleitoral, a impressão foi vetada pela presidente Dilma Rousseff em setembro. O veto, porém, foi derrubado na última quarta (18) e o novo sistema será usado nas eleições de 2018.

Num documento, a área técnica da Corte detalha os gastos de R$ 1,8 bilhão previstos para a compra, manutenção e transporte das impressoras, entre outros gastos. Seria necessário, por exemplo, comprar 833.036 impressoras (uma para cada urna) de um modelo cujo tamanho é semelhante ao que é usado para emitir notas fiscais.

A quantidade inclui também a aquisição de mais urnas eletrônicas – atualmente existem 451 mil –, já que, segundo tribunal, seria necessário abrir mais locais de votação para compensar o tempo maior previsto para cada voto e assim evitar atrasos. Apesar dos gastos extras, especialistas veem avanço no novo modelo, pela possibilidade de fazer uma conferência do resultado eletrônico a partir de uma pequena amostra do registro físico.

Eles consideram o atual sistema eletrônico "inauditável" e alegam que obstáculos na implantação podem ser superados, principalmente pela melhora nos procedimentos para organizar as eleições. Secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino discorda. Considera o voto impresso "ineficiente", "ineficaz para auditoria" e "prejudicial para o processo".

Ele argumenta que hoje o tribunal já submete as urnas e o software usado nelas para consultas e testes pelos partidos, e que o voto impresso traria de volta a "intervenção humana" na apuração. "Onde há intervenção humana, há lentidão, prática de erros e possibilidade de fraudes. A impressão traz, em síntese, a volta das mesas apuradoras", diz o secretário, que também alerta para a possível demora na divulgação dos resultados.

"Certamente não teremos mais o resultado no mesmo dia, vamos ter esse resultado em talvez um ou dias depois, considerando essa interferência manual no processo", acrescenta. Outro problema, segundo ele, é o tempo maior para cada eleitor votar. Pelo novo modelo, após digitar na urna eletrônica, o eleitor vai conferir sua escolha no registro impresso, que depois será depositado numa urna física de forma automática e sem contato manual.

PROTESTO EM MARCHA -  Depois de o governador Paulo Câmara (PSB) cobrar à presidente Dilma, na reunião da última sexta-feira, no Planalto, ontem foi a vez da Fetape protestar nas ruas pedindo a retomada do projeto. O ato foi na cidade de Tupanatinga, onde 400 trabalhadores encerraram a marcha de 100 km que saiu na quinta-feira de Águas Belas e Itaíba. “Quem tem sede, tem pressa”, gritavam os camponeses.

Cobranças ao Dnocs– Já em Afogados da Ingazeira, na sexta-feira passada, mais de 200 manifestantes fecharam, por duas horas, a estrada que dá acesso ao Recife em protesto contra a paralisação das obras do Adutora do Pajeú. Embora o Dnocs tenha garantido a uma comissão responsável pelo movimento que não há descontinuidade, o ato foi feito impedindo o tráfego de uma grande quantidade de automóveis. O movimento, entretanto, apesar de barulhento, foi pacífico.

Desarmamento ameaçado– O ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, e o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, são esperados, hoje, no Recife, para um ato público, no Palácio do Campo das Princesas, contra mudanças no Estatuto do Desarmamento. Para o governador Paulo Câmara, que estará à frente, há riscos de um grande retrocesso nas políticas de controles da violência no País pela chamada “bancada da bala” no Congresso.

Rompendo o mundo das trevas– Em Serrita, o prefeito Carlos Cecílio reuniu, na sexta-feira passada, um grande grupo de professores e alunos da rede municipal para comemorar a alfabetização de mais 500 adultos e jovens através do programa que usa o método Paulo Freire. “Já tiramos das trevas da escuridão 3,5 mil pessoas em sete anos de gestão”, disse o socialista, que fez a entrega de todos os certificados aos participantes.

Transparência sertaneja premiada – O prefeito de Serra Talhada, Carlos Evandro (PT), está rindo à toa. Seu Portal da Transparência alcançou a nota máxima no índice nacional da EBT, isto é, 10 (DEZ). E coloca Serra na primeira posição no ranking nacional e estadual em termo de transparência pública. “A notícia coroa todo o esforço da gestão em deixar tudo às claras e ao alcance do povo. Nosso compromisso com a transparência, a publicidade e o acesso à informação foram metas fixadas desde o início do Governo que agora recebe a chancela de um dos órgãos mais respeitados do Brasil”, afirmou. Apenas 29 municípios brasileiros obtiveram a nota máxima (10), dividindo a primeira colocação no ranking, sendo três pernambucanos, ficando Serra Talhada em primeiro lugar.

CURTAS 

JOGO SUJO– A ordem no Palácio do Planalto é não fazer nada para prejudicar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Toda vez que enfrentamos Eduardo Cunha, tivemos problema”, reconheceu um auxiliar da presidente Dilma Rousseff. De forma pragmática, o governo mandou um recado para o grupo de Cunha: no que for possível, vai ajudar.

ALÔ, TIMBAÚBA! – Começo a semana de lançamentos e palestras, hoje, depois de uma incursão pelo Sertão, pela Zona da Mata. A primeira parada é Timbaúba, às 19 horas, na Câmara de Vereadores. Antes, apresento o programa Frente a Frente, com o companheiro Adriano Roberto, dos estúdios da Nova Timbaúba FM. Amanhã, estarei em Ipojuca, às 10 horas, numa escola, e às 19 horas em Riacho das Almas, na Câmara de Vereadores.

Perguntar não ofende: O que Dilma pretende fazer em Floresta na próxima sexta-feira?

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