Entendo que ser mãe e ser pai é um grande privilégio dado por Deus, é um dom, um presente! Ao mesmo tempo é uma enorme responsabilidade que traz uma série de deveres para com os nossos filhos, dentre eles o dever de educá-los de acordo com os princípios e valores da família. É sim um privilégio, um dever e um direito dos pais que não nos podem furtar…
Nunca pensei que um dia teria que estar a lutar por um direito que nos é outorgado e garantido pelas leis da nossa sociedade. O interessante é que a Declaração Universal dos Direitos do Homem deixa bem claro em seu Artigo 26º que é direito dos pais definir que tipo de educação deve dar aos seus filhos, e além disso, a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia também respeita e nos assegura tal direito, o de educarmos e ensinarmos os nossos filhos de acordo com as nossas convicções religiosas, filosóficas e pedagógicas (n.º 3 do artigo 14.º). Como pode isto não ser observado e respeitado?
O mais incrível ainda é que temos assistido de camarote o Estado insistentemente a usurpar este nosso direito, transferindo para a escola e professores a função de educar segundo as suas conceções e ideias, e contrariando assim o que rege a nossa lei magna ao tratar da liberdade de aprender e ensinar (artigo 43 da Constituição Portuguesa): "O Estado não pode programar a educação e a cultura segundo quaisquer diretrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas".
Sim tem sido usurpado, pois o sistema de ensino do nosso país não mais se limita aos ensinamentos clássicos – formal e intelectual, tem redefinido e fundamentado sua atuação na formação ética, cultural, social, espiritual das crianças, ultrapassando assim o seu lugar do “ensino” para invadir o espaço da “educação” restrito aos pais. As escolas, portanto, têm se transformado em verdadeiros centros de doutrinação ideológica e de autênticos campos de guerra declarada contra a família.
Nos últimos dias, estive a ler e refletir sobre a chamada “Revolução Pedagógica” (que ao meu ver trata-se de uma “Involução Pedagógica”). O francês Pascal Bernardin, em seu livro “Maquiavel Pedagogo ou o ministério da reforma psicológica”, nos adverte para esta pesquisa psicopedagógica que está a decorrer no mundo, e que tem como propósito, segundo pesquisadores, impor uma “ética voltada para a criação de uma nova sociedade”.
A dita “nova ética” nada mais é do que a reapresentação dissimulada e requintada da ideologia comunista, que tem como objetivo modificar os valores e os comportamentos dos alunos, através da utilização de técnicas de manipulação psicológica e de lavagem cerebral (podem ser conferidas no livro). Tal “revolução” pretende anular a influência da família, através do ensino de “novos valores” e do bloqueio dos “antigos valores”, utilizando-se de programas educativos difundidos pelos meios de comunicação social, que contribuirão para neutralizar a transmissão “familiar” dos “preconceitos”, especialmente religiosos, e que representam uma grande barreira para alcançarem a sua missão.
Bernardin apresenta, então, a missão da escola, que pode ser resumida nesta frase: `Esqueçam ensinamentos sólidos com base no conhecimento objetivo, tradicional, e o foco cognitivo da educação. Isso tudo pertence ao passado. As tarefas assumidas pelos pedagogos modernos são mais “progressistas”, mais abrangentes, mais “nobres”: criar seres humanos mais “conscientes”, mais engajados politicamente, mais “tolerantes” e adeptos do multiculturalismo`. Muito bonito este discurso, não é? Pois é, são palavras graciosas e modernas que simplesmente querem dizer: “escola não ensine mais matemática, geografia, português… (conhecimento objetivo), ensine a moral e os valores diferentemente daqueles que eu aprendo na minha casa” (para eles isto é que é ser progressista e nobre).
Triste realidade! Os nossos filhos são cativos em sala de aula por cerca de 8 horas diárias, recebendo gotas de veneno de filosofias e de ideologias contrárias ao que lhes é ensinado em casa. Não é mais novidade o palco de horrores que temos vivenciado nos últimos tempos, não só cá, mas no mundo inteiro, no que se refere ao ensino da ideologia de género[1] nas escolas. E para completar o agravamento da situação, não apenas ensinam que meninos podem ser meninas e meninas podem ser meninos, como agora querem permitir que alguém que se sinta mulher passe a utilizar a casa de banho das mulheres, quer este tenha ou não o órgão genital correspondente. Não queremos este ambiente para os nossos filhos… CHEGA! Deixem-nos educar os nossos filhos!
* A autora é brasileira com cidadania portuguesa e é candidata pela lista de Braga as eleições da Assembleia Legislativa 2019 em Portugal.
[1] A Ideologia de Género defende a ideia de que ao nascermos não possuímos género e que o sexo biológico não nos define como homem ou mulher. Para saber mais sobre o assunto leia o livro “Identidade de Género – toda a verdade” da Maria Helena Costa, Editora Emporium.