Papo de cinema com gostinho de literatura

Nelson Pereira dos Santos e Tizuka Yamazaki contam um pouco sobre a relação que mantêm entre o cinema e a literatura

ter, 15/11/2011 - 17:01
Chico Peixoto/LeiaJá Imagens

Juntos ao cineasta pernambucano Guel Arraes e o jornalista Alexandre Figueirôa, eles participaram do painel na Fliporto "Como o cinema e a TV reescrevem a literatura". Na conversa, falaram sobre os dilemas enfrentados na direção de um filme quando o assunto é a livre adaptação literária para as telas. "No começo da minha carreira, escutei dizerem para nunca fazer uma adaptação de um autor vivo", brincou Yamasaki para uma das plateias mais cheias da festa literária.

Mas Guel Arraes e o próprio Nelson Pereira deram testemunhos bem diferentes da brincadeira dita por Yamasaki. Adaptar "O auto da compadecida", segundo Guel, foi algo que ele fez "pisando em ovos". "Tenho uma relação psicológica e afetiva muito grande com o Ariano, então, a cada passo que eu dava, cada cena que imaginava e gostava, eu pensava se o Ariano também gostaria dela. Resolvi fazer então nos moldes de 'O burguês fildalgo", de Molière, que tinha feito com o João Falcão", conta o cineasta, que recebeu um aval do próprio autor para fazer o que bem entendesse com a obra.