Tem início o 47° Salão de Artes Plásticas
Primeira parte da exposição foi aberta ontem (29), no Mepe, e recebe visitações até o final de janeiro
Vinte e uma propostas foram selecionadas para participar das Bolsas de Pesquisa e Produção do 47° Salão de Artes Plásticas, que nesta terça-feira (29), teve a primeira parte das duas exposições que formam o evento inaugurada no Museu do Estado de Pernambuco (Mepe).
A exposição, que teve sua mostra adiada por quase dois anos devido a problemas na administração orçamentária, na execução dos projetos e na decisão do espaço expositivo para as obras, terá ainda uma segunda etapa, realizada no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam), com inauguração prevista para o dia 7 de dezembro, às 19h.
“Essa exposição é fruto de projetos de artistas. Não é composta por obras prontas, e sim por propostas de pesquisas que iriam gerar algum produto. Então, o que está sendo mostrado, tanto aqui quanto no Mamam, foi fruto de um processo artístico”, comenta a coordenadora do Educativo do 47º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco, Lúcia Padilha.
A curadoria do evento é da dupla carioca Luiz Camillo Osório (curador do Museu de Arte Moderna - MAM, do Rio de Janeiro) e Luisa Duarte. Fotografias que retratam a natureza em larga escala (Natureza, da paulista Cia. de Foto), videoinstalação de acácias e simbolismos maçônicos (Amarelo, da recifense Maria Eduarda Belém) e videodesenhos feitos em preto & branco e com uma webcam (Do Poder. Da Arte., do artista paraibano Fabiano Gonper) são algumas das obras que compõem o Salão, que pode ser visto pelo público até o dia 22 de janeiro.
Além dos artistas das exposições, a bolsa artística contemplou ainda quatro prêmios para trabalhos de grafite, cinco para intercâmbio em arte-educação e quatro para ensaios teóricos, previstos para serem lançados junto ao catálogo das duas mostras, no dia 19 de janeiro.
HOMENAGEM – O homenageado desta edição do 47º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco é o artista plástico Jairo Arcoverde. Estampado logo no hall de entrada do museu estão os seus desenhos, escolhidos para contemplar a mostra no Mepe, e algumas de suas pinturas estarão presentes posteriormente no Mamam.
“Uma homenagem sempre é uma homenagem. Tem um ditado que diz falem mal mas falem de mim, só que, no caso, ninguém falou mal”, diverte-se o artista. Bastante pacato, o artista comenta que o recorte foi feito pelo pessoal da produção e que contemplou seus desenhos, parte de sua produção menos conhecida pelo público. “A maior parte do meu trabalho é pintura, apesar de passar uma época pintando quadros, outra desenhando, outra fazendo cerâmica, outra lendo, como agora. Leio de tudo, os grandes clássicos, Thomas Mann, Umberto Eco, só os melhores”, confessa.
Sobre a produção contemporânea presente no Salão, Arcoverde não titubeia em falar que “não gosta muito de instalações, mas que são bonitos” e que gostou, principalmente, das fotografias de Natureza, de autoria da paulista Cia. de Foto.