Bajado era tricolor e costumava homenagear o Santa Cruz em muitas de suas obras Reprodução

Olinda sempre teve tudo a ver com o Carnaval, ainda mais nesta época do ano. Bajado, “um artista de Olinda”, como o próprio assinava seus quadros, não deixou sua arte de fora da folia. Pelo contrário, sua temática principal eram os folguedos, bailarinos, maracatus e toda a diversidade carnavalesca contemplada na cultura pernambucana.

Pensando nisso e aproveitando a aproximação da maior festa brasileira, o Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (MAC-PE) realiza uma exposição com 43 obras do pintor. O artista Euclides Francisco Amâncio, conhecido como Bajado em todo o Brasil e em países como Itália, Espanha e Holanda – lugares onde já foram expostas suas obras – completaria cem anos de seu nascimento em 2012. Para comemorar seu centenário, o dentista Eliezer José de Barros cedeu as obras de sua coleção particular para a mostra. Aposentado, Barros fora amigo de Bajado e, devido as suas constantes visitas à casa do artista no Amparo (das quais sempre voltava com uma pequena tela presenteada), tornou-se colecionador de mais de 40 quadros, em sua maioria, com temática carnavalesca.

Junto às obras de Bajado, dois outros artistas compõem a exposição coletiva “Salve o meu carnaval”. A arte de Rosa Rendall e Paulo Perdigão se assemelham à temática festiva do pintor. Além disso, os três possuem em comum a estética Naïf (produção de arte sem escola ou aprendizado técnico). Rosa exibe as manifestações carnavalescas de todo o estado através de uma seleção de 60 telas, enquanto Perdigão traz 23 quadros que refletem sua autodidática em dois anos de pintura. O trio de pintores convidam os visitantes a brincar o carnaval a partir do olhar.

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