Grupo James chega ao Brasil após 30 anos de estrada

Agência Estadopor Eduardo Cavalcanti sab, 28/04/2012 - 15:57

São Paulo - Contemporâneos de U2, The Cure, Gang of Four, Echo and the Bunnymen e outras bandas pós-punk importantes dos anos 1980, os britânicos do grupo James foram encolhendo ao longo dos anos. Sua dedicação a um ideário de tragicidade e paixão exacerbada (além de um tempero folk) os levou a vender 25 milhões de discos nos anos 1990, mas também os empurrou para o córner do rock alternativo nos anos seguintes.

Eis que, 30 anos após surgir em Manchester, o James desembarca na segunda-feira no novo templo alternativo de SP, o Cine Joia. Eles tocaram no Lollapalooza Chile no ano passado, para mais de 15 mil pessoas, mas dizem que o que gostam mesmo de fazer é encarar o público de perto.

"Foi bacana tocar para todo aquele público em Santiago, mas nós tocamos só uma hora e geralmente fazemos shows de mais de 2 horas. Não é o ideal. A gente também gosta de mais intimidade com a plateia, e o clube de São Paulo parece um lugar bacana. É o tipo de show que você sabe que as pessoas que estão à sua frente realmente queriam estar ali, não estão na audiência só por causa do pacote todo", disse à reportagem o guitarrista, violinista e percussionista Saul Davies, no James desde 88.

"James divide opiniões: não é uma banda técnica, é muito simples. Não ensaiamos antes das turnês, o colapso é parte da nossa estética. Não criamos um ambiente controlado, é tudo mais livre. Esse é o espírito da música indie", tenta explicar Davis, que morou 4 anos no Porto, em Portugal, e fala português fluentemente (mas só avisou isso no finalzinho da entrevista).

Um dos grandes trunfos do James é a voz do cantor Tim Booth ("Não há mais vozes como a dele no pop rock", diz Davies). Boot, que já foi expulso da banda no início dos anos 2000, reconciliou-se com os colegas e está de novo à frente do comboio. "James é uma banda muito britânica. Nós tocamos com muita paixão, é um abordagem sentimental, muito emocional. Em alguns países, isso causa reações opostas, há quem ame e quem deteste", admite.

De todos os seus hits, talvez eles só toquem o maior deles, "Laid". "Mas talvez não toquemos", emenda Davies. "Sabemos que todo mundo quer ouvir, mas nós consideramos que o James tem tantas músicas em outros discos, canções lentas, canções velozes. Sempre preferimos mostrar algo de nosso catálogo. Se a gente repete sempre as mesmas músicas, é como oferecer um fac-símile para o público. Tivemos 16 top hits na Inglaterra, tocar só as mesmas canções o tempo todo é até meio doloroso", diz o músico. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

James - Cine Joia (Praça Carlos Gomes, 82, metrô Liberdade).

Tel. (011) 3231-3705.

2ª, às 23h30.

R$ 60/R$ 120.

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