Biografias não autorizadas e urbanidade encerram Expoidea
Domingos Pelegrini, autor de Passeando por Paulo Leminski, ministrou palestra sobre o tema na UFPE, seguido pelo antropólogo argentino Néstor Garcia Canclini
A terceira edição da Expoidea - Feira do Futuro chega ao fim na noite desta quarta (23), na Universidade Federal de Pernambuco. A programação do último dia de evento contou com a participação de Domingos Pellegrini e o antropólogo argentino Néstor Garcia Canclini.
Pelegrini, que publicou recentemente o livro Passeando por Paulo Leminski, biografia não-autorizada do poeta curitibano, na internet após a família entrar na justiça, participou da mesa de debates Onde habita a liberdade de expressão hoje, com o curador da Expoidea Schneider Carpeggiani. O autor defendeu a produção de biografias publicadas sem devida autorização. "A família tende a ter um olhar estreito sobre o biografado e o público quer um olhar amplo", argumentou Pelegrini.
A palestra, marcada após o cancelamento da vinda do filósofo Gilles Lipovetsky, que abriria a Expoidea, acontece em meio à polêmica gerada desde o início de 2013 envolvendo o grupo Procure Saber - integrado por Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Djavan e Roberto Carlos, entre outros artistas, e presidido por Paula Lavigne, ex-mulher de Caetano, que pretende proibir a publicação dessas biografias e ainda uma participação no lucro das vendas dos livros.
"Alcoolismo, ideologias e outras coisas constroem a figura do homem. É o que dá vida ao mito. Não podemos viver à margem das biografias 'capa branca', onde o mundo só conhece o bom moço sem defeitos", pontuou Pellegrini. O encerramento dos debates acontece neste momento, com a palestra Cidades e redes: Os jovens mudam a comunicação, ministrada pelo antropólogo argentino Néstor Garcia Canclini, autor da obra Consumidores e cidadãos.