Corpo de Manoel Monteiro chega a Paraíba nesta segunda (9)

Cordelista estava desaparecido desde o dia 30 de maio

por Wênia Bandeira seg, 09/06/2014 - 09:14
Reprodução/Facebook Ainda não foi informada a causa da morte do poeta Reprodução/Facebook

JOÃO PESSOA(PB) - Após seis dias desaparecido, o cordelista Manoel Monteiro foi encontrado morto em um hotel de Belém, capital do Pará, no último sábado (7). O poeta havia desaparecido no dia 30 de maio, quando suas filhas começaram uma campanha nas redes sociais.

Na busca pelo poeta, foram acionadas as polícias militares da Paraíba e de Pernambuco, segundo informaram as filhas dele, Kátia e Albaniza Monteiro. A última vez que ele havia sido visto foi no Terminal Rodoviário de Campina Grande, cidade onde morava, comprando uma passagem para o Recife.

O corpo está Instituto Médico Legal do Pará, no Centro de Perícias Científicas Renato Chaves. O translado para a Paraíba deve acontecer nesta segunda-feira (9). Ele será velado e enterrado em Campina Grande. Ainda não foi informada a causa da morte.

A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) divulgou, ainda no sábado, uma nota à imprensa lamentando a morte do artista. Manoel Monteiro mantinha várias publicações na Biblioteca da instituição.

Manoel Monteiro era membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel e era considerado um dos mais importantes cordelistas do Brasil. São mais de 200 títulos de literatura de cordel escritos por ele.

Confira a nota da UEPB: "A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), através do reitor Rangel Junior e de toda sua comunidade acadêmica, lamenta, com profundo pesar, o falecimento do poeta Manoel Monteiro. Homem de grande caráter, artista de grande destaque, o pernambucano, radicado em Campina Grande, se transformou em um ícone da cultura popular nordestina, através de suas belas obras de cordel.

Com uma vida dedicada à poesia, Manoel Monteiro contribuiu significativamente para a valorização da cultura do Nordeste, chegando a ser considerado o mais importante cordelista brasileiro, com uma produção densa e diversificada, envolvendo praticamente todas as áreas da atividade humana.

Com total domínio da rima e da métrica, conseguia prender a atenção do leitor do início ao fim de suas narrativas, detentoras de grande influência verbal, digna dos grandes mestres da poesia. Foi o principal responsável pela disseminação da Literatura de Cordel nas escolas, através de sua iniciativa de divulgar esta arte nas salas de aula de instituições de ensino públicas e privadas da Paraíba. Graças à grande qualidade de sua produção, a Literatura de Cordel passou a ser indicada para a grade escolar de escolas de várias cidades brasileiras.

Suas obras são marcadas por críticas sociais, biografias e humor, em mais de 150 títulos. Manoel Monteiro deixa um legado de amor pela cultura. A UEPB guarda um pouco da memória literária do poeta, através de cordéis que integram do acervo da Biblioteca Átila Almeida e que foram doados pelo próprio artista. Neste momento de profunda dor pela perda de Manoel Monteiro, fica a lembrança de um apaixonado pelas letras que, inúmeras vezes, esteve junto com a Universidade Estadual da Paraíba em diversas ações de valorização e difusão da cultura popular.

Diante de tão profunda dor, toda a comunidade acadêmica da UEPB se une em oração para que Deus dê aos familiares do poeta Manoel Monteiro a força necessária para enfrentarem este difícil momento."

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