'Casa Forte' se consagra como o mais premiado do Recifest
Evento de premiação foi realizado neste sábado (15) no Cinema São Luiz
Na noite deste sábado (15) foi realizada a premiação do 2º Recifest - Festival de Cinema da Diversidade Sexual, pioneiro ao se dedicar à temática LGBTTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros). O curta pernambucano Casa Forte, de Rodrigo Almeida, foi o grande vencedor a da noite e levou três prêmios. O documentário (Trans)parência, de Igor Travassos recebeu duas premiações, incluindo a de melhor curta pernambucano na votação do Júri Popular. O 2º Recifest exibiu 39 filmes de 10 países.
Na cerimônia de abertura da premiação, que foi apresentada pela empresária Maria do Céu e pelo artista plástico Aslan Cabral, o grupo que realizou a oficina de drag queen liderada pelo ator Zecarlos Gomes realizou uma apresentação performática. Quatro participantes da oficina se apresentaram e foram aclamados pela platéia com aplausos e gritos de apoio. Ao fim, o Grupo Frida de Gênero e Diversidade premiou com medalhas as melhores performances da noite.
Pernambuco
O curta Casa Forte, de Rodrigo Almeida, foi o grande vencedor da noite de premiações do Recifest. O filme recebeu da Federação Pernambucana de Cineclubes (FEPEC) o título de melhor filme 'para reflexão' exibido no Recifest. O júri da ABD/Apeci (Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas/Associação Pernambucana de Cineastas) também premiou Casa Forte como melhor curta pernambucano.
O diretor do filme, Rodrigo Almeida, agradeceu bastante. "Casa Forte foi feito em um momento que eu morei próximo ao bairro e me senti muito incomodado com o excesso de nomes em prédios que remetem ao período colonial da escravidão. A ideia do filme é mostrar essa relação de poder e desejo que ainda há entre o branco e o negro", contou.
(Trans)parência, do diretor Igor Travassos, recebeu dois prêmios na 2ª edição do festival. Paulo Moraes, secretário executivo de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, entregou o Prêmio 7ª Arte e Direitos Humanos ao documentário (Trans)parência. O curta ainda foi eleito pelo Júri Popular como o melhor curta pernambucano e levou o Troféu Rutílio de Oliveira (batizado com o nome do idealizador do Recifest).
O Júri oficial do evento, formado por Alexandre Figueirôa, Carol Almeida e Christian Petermann, fez uma menção honrosa a quatro animações com duração de cerca 1 minuto, produzidas por alunos da UFPE com sede em Caruaru. Os curtas All you need is sex, de Luiz Melo, Amor Objeto, de Rayana França, Instinto, de Ingrid Soares e Power Charques de Rafaela Cavalcanti, Fernanda Xavier e Sara Régia. Na premiação, o Júri oficial do evento elegeu Casa Forte como melhor curta pernambucano do festival. O curta de Rodrigo Almeida levou o Troféu Rutílio de Oliveira e uma premição em dinheiro de R$ 1,5 mil.
Nacional
Venceu a competição nacional o curta paulista Antes de palavras, de Diego Carvalho, premiado pelo Júri oficial do evento. O Clube (RJ), de Allan Ribeiro, ganhou menção honrosa. “Me emocionei muito com as falas das Mães Pela Igualdade e acho que O Clube vai por aí, é sobre um grupo de 53 anos se tornou uma família”, disse Allan. Já o júri popular premiou Cancha – antigamente era mais moderno (PB), de Luciano Mariz, como o melhor curta nacional. O Prêmio Estadual 7ª Arte e Direitos Humanos ficou com O Clube (RJ). O júri da ABD/Apeci escolheu Dentro (SP), de Bruno Autran, como o melhor curta nacional do festival.
Homenagem
Na cerimônia de premiação houve uma homenagem ao movimento Mães Pela Igualdade, representado por Dona Eleonora Pereira, que recebeu a homenagem ao lado de Patrícia Martins do Rio e Fátima Cavalcanti, que perderam seus filhos em assassinatos motivados por homofobia. "É preciso transformar a dor em luta. Hoje tenho muitos filhos. Quero dizer às mães para queos amem”, disse Eleonora.
O Recifest é realizado pela Panela Produções Culturais e Associação Cultural Bondosa Terra, e conta com o patrocínio da Fundarpe/Governo de Pernambuco, através do edital de fomento do Funcultura Audiovisual.