Zsa Zsa Gabor, estrela marcada por inúmeros escândalos

Assim como colecionou maridos e amantes, entre os quais ela cita Frank Sinatra, Richard Burton e Sean Connery, Zsa Zsa Gabor acumulou problemas judiciais e financeiros

seg, 19/12/2016 - 11:00
STRINGER (Arquivo) A atriz Zsa Zsa Gabor e seu companheiro, o diplomata Porfirio Rubirosa, posam para foto em Paris, em 04 de maio de 1954 STRINGER

A atriz americana Zsa Zsa Gabor, Miss Hungria de 1936, falecida neste domingo aos 99 anos de um ataque cardíaco, ocupou as manchetes por seus nove casamentos, suas escapadas e seus problemas legais e financeiros.

"Escandalosa, mas generosa, que nunca odiou um homem o suficiente para devolver-lhe seus diamantes", definiu-se em seu livro "Como encontrar um homem, como mantê-lo e como se livrar", publicado em 1970.

Após casar-se aos 20 anos com um diplomata turco vinte anos mais velho, Zsa Gabor teve oito outros cônjuges, todos eles deveriam dar-lhe peles, joias e uma vida extravagante.

Ela se divorciou sete vezes e seu oitavo casamento foi anulado no dia seguinte, uma vez que seu último divórcio não estava completo.

Ela casou com, entre outros, o magnata do ramo da hotelaria Conrad Hilton, com o ator britânico George Sanders e o mais recente, há 30 anos (1986), com o príncipe alemão "autoproclamado" Frederic von Anhalt, que alega ter sido adotado, adulto, pela princesa alemã Maria Augusta de Anhalt, que morreu em 1983.

Em 2010, aos 93 anos, Zsa Zsa Gabor foi hospitalizada em Los Angeles. Na época disse que queria confiar ao polêmico anatomista alemão Gunther von Hagens seu corpo para ser "plastificado" após sua morte.

"Minha esposa sempre sonhou que sua beleza fosse imortal", diz von Anhalt, citado pelo jornal alemão Bild.

Franca e bem-humorada

Nascido em Budapeste, em 6 de fevereiro de 1917, de um pai comerciante de diamantes e uma mãe que sonhava em ser atriz, Sari Gabor tinha 24 anos quando, em 1941, deixou a Hungria com suas duas irmãs Eva e Magda para os Estados Unidos.

As "Gabor sisters" tornaram-se famosas em Hollywood, onde Zsa Zsa, notada por sua franqueza e humor, começou na TV.

Ela atuou no cinema em "Travessuras de casados" (Edmund Goulding/1952), "Moulin Rouge" (John Huston/1952) e "Lili" (Charles Walters/1953), depois em "O inimigo público nº 1"(Henri Verneuil/1953), "A marca da maldade"(Orson Welles/1958).

Uma verdadeira celebridade em Hollywood, ela interpretou a si mesmo em vários filmes, como no de terror "A Hora do Pesadelo - Os Guerreiros dos Sonhos" (1987).

Assim como colecionou maridos e amantes, entre os quais ela cita Frank Sinatra, Richard Burton e Sean Connery, Zsa Zsa Gabor acumulou problemas judiciais e financeiros.

Dessa forma, foi condenada a três dias de prisão por arranhar um policial em 1989, e depois a pagar 200.000 dólares por um rompimento de contrato publicitário em 1993.

Em 1994, foi colocada sob proteção da lei de falências para escapar de seus credores, depois de ter sido condenada a pagar 3,3 milhões de dólares por difamar a atriz Elke Sommer.

Ele processou sua única filha, Francesca Hilton, acusando-a de ter roubado-lhe dois milhões de dólares, tomando um empréstimo imobiliário garantido pela luxuosa mansão da mãe de Bel-Air (Los Angeles). Um ataque cardíaco matou Francesca em 5 de janeiro de 2015, aos 69 anos de idade.

A vida perdeu grande parte da cor para a atriz em novembro de 2002, quando sofreu um grave acidente de carro em Hollywood, que a deixou parcialmente paralisada. Um processo judicial contra sua cabeleireira, que estava dirigindo, garantiu-lhe dois milhões de dólares em indenização.

Enfraquecida, sofreu várias hospitalizações, especialmente depois de um acidente vascular cerebral (2005), uma operação de quadril devido a uma queda (2010), a amputação da quase toda uma perna (2011) seguida de problema cardíacos e pulmonares.

Para pagar suas despesas médicas (21.000 dólares por mês, de acordo com o seu marido), ela foi então forçada a vender sua mansão de 28 quartos em Bel Air.

Aos 74 anos, em sua biografia escrita com Wendy Leigh em 1993, Zsa Zsa Gabor lamentou que "a vida é muito curta."

COMENTÁRIOS dos leitores