Plantas não convencionais despertam interesse de chefs

"É PANC! A Amazônia descobre Amazônia", evento de Gastronomia realizado em Belém, mostra diversidade vegetal e seu papel na culinária

qua, 12/04/2017 - 16:07

É comum se pensar que plantas pouco conhecidas ou encontradas em lugares inusitados sejam proibidas ao consumo. Muitas, porém, podem servir de alimento e inclusive algumas delas são saborosas: as plantas alimentícias não convencionais (Pancs).

O interesse crescente por essas plantas não está somente em suas características nutricionais, mas também em sua valorização como produto da diversidade nativa, popularizando o seu uso em determinadas regiões. Quem falou sobre o tema foi a professora Betânia Fidalgo, vice-reitora da Universidade da Amazônia (Unama). Ela participou do primeiro dia de programação do “É PANC! A Amazônia descobre Amazônia”, que ocorreu na Estação Gasômetro, em Belém, nos dias 8 e 9 de abril. “Discutir sobre alimentação da Amazônia, aquela que a gente comumente não utiliza em nossa mesa, é fundamental para que a gente possa contar a Amazônia pelos amazônicos, acho que é uma grande oportunidade. A ciência avança, a universidade é o lugar da ciência e ela tem muito a contribuir, a interligação da ciência com os povos tradicionais, com os povos da floresta, com ribeirinhos, com indígenas, para que possamos tirar dessa sabedoria e intercambiar a ciência”, destacou.

Esse tipo de vegetal vem despertando a atenção de nutricionistas, chefs, cozinheiros e apreciadores de novos sabores. Tem até restaurante com variedades como beldroega e lírio-do-brejo no menu, como o D.O.M, de Alex Atala, chef internacional que esteve presente nos dois dias de evento. “Acho que o evento tem a função de fazer as pessoas conhecerem as plantas que estão em volta delas e que podem comer, porque são deliciosas”, disse. Ele acrescentou que as pessoas que vivem na floresta ajudam no desenvolvimento da ciência e da cozinha. “A ciência e a cozinha não poderiam pesquisar se não tivesse aquele homem que viveu dentro da floresta, um protetor, um guardião, não só na floresta em pé, mas nas sabedorias que a floresta tem”, afirmou Atala.

O chef Alex Atala agradeceu à Universidade da Amazônia (Unama) pela promoção do evento. “Fundamental, a troca de aprendizado é profunda, para nós que viemos e para quem assiste, a Universidade está dando grande exemplo, um grande passo”, acentuou.

Por Márcio Harnon Gomes. Com apoio de Leonardo Lukas.

 

 

 

 

 

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