Novo Homem-Aranha agrada por manter essência do herói

Longa do super-herói da Marvel estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (6)

por Geraldo de Fraga qua, 05/07/2017 - 14:20
Divulgação Homem-Aranha vive drama adolescente em novo filme que estreia nesta quinta-feira (6) Divulgação

Quando vendeu os direitos do Homem-Aranha para a Sony, a Marvel era apenas uma editora de quadrinhos lucrando com a nova onda de filmes de super-heróis. 15 anos depois, a Marvel - agora também um estúdio de cinema e parte do conglomerado Disney - traz seu personagem mais querido "de volta para casa" para integrá-lo de vez a sua gigantesca franquia.

Já inserido ao universo compartilhado dos heróis em 'Capitão América: Guerra Civil', o aracnídeo tem em 'Homem-Aranha: De Volta ao Lar' (Spider-Man: Homecoming) a nítida função de rejuvenescer os filmes do estúdio e atrair o público mais jovem. Afinal, já faz quase uma década que o primeiro Homem de Ferro deu início à saga da Marvel no cinema e a renovação de algo tão rentável era previsível.

Por coincidência ou não, é o próprio Tony Stark (Robert Downey Jr.) o responsável por guiar o jovem Peter Parker (Tom Holland) no início da sua empreitada. O líder dos Vingadores é apresentado como o típico mentor de todo herói que se dispõe a combater o mal: orienta, ajuda e dá bronca, quando necessário. Felizmente, para o bem do desenvolvimento do personagem, sua participação é econômica, ao contrário do que os trailers induziram a crer.

Porém, a presença de Tony Stark é essencial como elo entre a história de Peter e o Universo Marvel. 'De Volta ao Lar' começa exatamente alguns dias após a invasão alienígena provocada por Loki em 'Os Vingadores'. Adrian Toomes (Michael Keaton) é dono de um serviço de remoção que trabalha para a prefeitura de Nova Iorque e tem um contrato para coletar os destroços deixados pela batalha.

Quando as autoridades resolvem que tudo ali é propriedade do governo americano, ele é dispensado e, sem emprego, resolve se vingar. O filme, então, dá um salto de oito anos para nos mostrar Toomes já como o vilão Abutre, enriquecendo com a produção de armas criadas através da tecnologia extraterrestre, que ele continua a roubar e aprimorar. Esse tempo casa com o retorno do Homem-Aranha, após o confronto em Guerra Civil, quando ele tenta conciliar a sua vida normal de estudante e o tempo em que passa combatendo o crime. 

Assim, o roteiro ganha contornos de drama adolescente, porém, apesar de o herói ter uma história traumática nos quadrinhos, com a morte do seu tio Ben, nessa nova versão a tragédia é apenas referenciada, assim como a origem dos seus poderes. De 'Volta ao Lar' é leve, o que não que dizer que seja superficial. A carga dramática só é dosada, e isso foi o primeiro acerto.

Além da parte técnica impecável, as atuações do elenco principal são competentes (Holland e Keaton afinadíssimos). O filme também entende a amplitude do seu protagonista dentro da cultura pop e modernizá-lo, aos invés de contar outra história de origem, é fundamental para que o longa dê certo. O nerd dos anos 1960, quando Peter Parker foi criado, não é o mesmo de hoje. Como herdeiro natural do público fã da Marvel, quando Os Vingadores enfim pendurarem as chuteiras, o Homem-Aranha de Tom Holland estará lá, pois consegue ser um retrato perfeito do seu tempo.

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