Gueto de Varsóvia terá seu próprio museu
Cerca de 500.000 judeus foram aprisionados no gueto criado no coração da capital polonesa
A Polônia anunciou nesta sexta-feira a criação de um museu do gueto de Varsóvia, onde cerca de 500.000 judeus foram aprisionados durante a Segunda Guerra Mundial, e morreram de frio, fome ou exterminados no campo de Treblinka.
"O museu será instalado em um edifício que, quando o gueto existia, foi utilizado como hospital para crianças", declarou o ministro da Cultura polonês, Piotr Glinski. O projeto é desenvolvido em colaboração com o Instituto Histórico Judeu (ZIH).
"Varsóvia (...) deve prestar homenagem a quase um terço da sua população, que morreu atrás dos muros do gueto", disse à AFP o diretor do ZIH, Pawel Spiewak.
"Foi o maior gueto em todos os territórios ocupados pela Alemanha e o mais trágico", acrescentou.
O ex-hospital de famílias Beshon e Bauman da rua Sienna, construído no final do século XIX, está localizado ao lado da única parte preservada do gueto.
Neste hospital trabalhou, antes da guerra, o célebre médico, pedagogo e escritor Janusz Korczak, que escolheu ser deportado a Treblinka com as crianças do gueto.
A Alemanha nazista criou o maior de todos os guetos judaicos da Segunda Guerra Mundial em outubro de 1940, um ano depois de invadir a Polônia.
Cerca de 500.000 judeus de Varsóvia e arredores foram aprisionados no gueto de três km2 criado no coração da capital polonesa.
Entre julho e meados de setembro de 1942, os nazistas enviaram cerca de 300.000 judeus do gueto para as câmaras de gás do campo de extermínio de Treblinka, a 100 km de Varsóvia.