Missa de 7º dia de José Pimentel será na feira do Arruda
Ator era morador do bairro há décadas e também chegou a encenar o espetáculo da Paixão de Cristo no próprio estádio do Arruda
As homenagens ao ator e dramaturgo pernambucano José Pimentel, que faleceu na última terça-feira (13), não param. Depois de uma multidão emocionada ter se despedido do artista na Assembleia Legislativa do Estado (Alepe), o público terá uma nova oportunidade de homenagear o ídolo e sua história, durante a missa de sétimo dia - que será realizada na próxima segunda-feira (20), no pátio da feira do Arruda, Zona Norte do Recife, bairro que Pimentel era apaixonado e morou durante décadas.
A cerimônia tem início previsto para às 19h e será celebrada pelo Padre João Carlos. No local, será montada uma estrutura com palco e cadeiras. São esperados, além de familiares, amigos e artistas, centenas de fãs do ator, que teve como grande papel no teatro o de Jesus Cristo nas encenações da Paixão de Cristo do Recife e de Nova Jerusalém.
“Essa é uma forma de mostrar aquilo que Pimentel sempre foi: uma homem, um artista, próximo de seu público. Isso é um agradecimento à toda história dele, a todo carinho que ele teve com o teatro, com a entrega que ele teve com as pessoas e com a sua arte. Não poderia ser diferente, Pimentel era do povo”, ressalta a sobrinha Heloísa Pimentel, fiel escudeira por anos do dramaturgo em encenações clássicas, como a Paixão de Cristo - espetáculo a qual acompanhou de perto por 15 anos.
José Pimentel faleceu aos 84 anos, em decorrência de um enfisema pulmonar. O ator - que também era diretor, jornalista e professor - estava internado na UTI do Hospital Esperança, no Recife, desde o dia 8 de agosto. Natural de Garanhuns (PE), ele começou sua carreira em 1956, participando como figurante no espetáculo “O drama do Calvário” - que futuramente se tornaria “A Paixão de Cristo”. Em 1969, um ano após o espetáculo ser levado para Fazenda Nova, no município de Brejo da Madre de Deus (PE), o ator assumiu a direção da montagem e, quase uma década depois, em 1978, acumulou também a missão de atuar no papel principal da produção, o de Jesus Cristo, com o qual ficou eternamente conhecido em todo o país.
Nos anos 90, levou o espetáculo para o Recife, apresentando-o no estádio do Arruda e, posteriormente, no Marco Zero, no Centro da Cidade, tornando a encenação uma tradição do calendário da Semana Santa na capital pernambucana. Em 2017, tornou-se Patrimônio Vivo de Pernambuco pelo Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural e chegou à aposentadoria do papel de Cristo este ano. Apesar de se despedir do personagem, Pimentel seguia na ativa - dirigindo a encenação do espetáculo “O Massacre de Angico - A Morte de Lampião”, em Serra Talhada, sertão de Pernambuco.
LeiaJá também:
Sucessor de José Pimentel diz que foi 'abençoado' por ele
Relembre o programa Confissões, em que o ator pernambucano traz detalhes importantes de toda sua vida e carreira ao jornalista Rodrigo Rigaud: