Hélder Aragão, o DJ Dolores, fala sobre 'Lama dos Dias'

Codiretor e cocriador da série que conta a formação do Movimento Mangue no Recife falou ao LeiaJá sobre a produção que estreia neste domingo (23) no Canal Brasil

por Paula Brasileiro sab, 22/09/2018 - 19:02
Divulgação Hélder Aragão, o DJ Dolores, é cocriador, codiretor e o responsável pela trilha sonora da série Divulgação

Antes da cena musical pernambucana, que rolava no início da década de 1990, ser alçada ao patamar de movimento, posteriormente batizado de Manguebit, muita lama rolou pelas periferias e 'inferninhos' da cidade do Recife. 

O cenário cultural da capital de Pernambuco, naquela época, pode ser comparado a uma panela cheia d'água esquentando no fogo. Antes que o líquido pudesse chegar ao ponto de ebulição, muitos perosnagens e fatos se desdobraram para que a musicalidade e a cultura locais tomassem a forma e a fama com as quais ficou (re)conhecida mundialmente. 

Deste ínterim é que os realizadores Hilton Lacerda e Hélder Aragão extraíram um 'caldo' para produzir a série Lama dos Dias, que conta, a partir de personagens fictícios, os primórdios do movimento Mangue. A atração estreia neste domingo (23), no Canal Brasil, emissora de TV a cabo. Hélder, mais conhecido como DJ Dolores, que além de cocriador e codiretor é o responsável pela trilha sonora da produção, conversou com a reportagem do LeiaJá sobre o seriado. Confira a entrevista.  

Como surgiu a ideia de fazer Lama dos Dias e por que a decisão de contar essa história de maneira ficcional? 

A idéia surgiu diante da necessidade de contar histórias que vivemos e  que agora já temos algum distanciamento. A escolha por ficção foi para não envolver diretamente os amigos, então os personagens da série são compostos por várias pessoas daquela cena. 

 Como foi revisitar tantas memórias para criar os personagens e o roteiro?  E qual foi a maior dificuldade de 'olhar pra trás', se é que houve alguma? 

Foi muito divertido lembrar dos anos 90, que representa um período muito importante em nossas vidas. Demos muitas risadas... Não foi doloroso olhar para trás, ao contrário.

 Por que optaram em buscar atores amadores, ainda que todos já envolvidos com o meio artístico - como Débora Leão (Negrita MC); Enio Damasceno;Edson Vogue; o pianista Vítor Araúj; e Louise França (fiilha de Chico Science)? 

É bacana o poder de “descobrir” novos talentos. Algumas das pessoas que trabalharam na série também estão presentes no filme novo de Hilton. 

Ainda que retrate o cenário de 1990, a série trata de temas muito atuais. Vocês tiveram um cuidado especial em torná-la tão atual assim ou isso aconteceu de maneira natural? 

Talvez alguns problemas venham de longe e apenas hoje a gente seja capaz de enxergar com maior discernimento. 

Existem planos para uma segunda temporada? E para a exibição da série em outros veículos ou plataformas?

Sim, haverá uma segunda temporada e a partir de amanhã, dia da estréia no Canal Brasil, também será colocado mais três episódios gratuitos no site do canal.

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