Beiçola de A Grande Família revela que era menosprezado
Marcos Oliveira disse que nos bastidores do programa o tratamento era hostil
Parece que os bastidores de A Grande Família não eram tão agradáveis quanto os telespectadores poderiam pensar levando em conta o sucesso da trama - ou, pelo menos, é o que conta Marcos Oliveira, o Beiçola do programa.
Em conversa com o podcast Só 1 Minutinho, o ator revelou que foi descoberto enquanto fazia a peça de teatro Lisbela e o Prisioneiro, época na qual já enfrentava alguns problemas de saúde e fazia uso de uma bolsa de colostomia - e relembra ainda que chegou até mesmo a fazer participações em outro programa da TV Globo:
"Eu fui parar na Grande Família porque na época eu estava fazendo Lisbela e o Prisioneiro, a peça. Eles gostaram do personagem que eu fazia, que era um matador. Eu já estava com as coisas de colostomia, já estava com problema de saúde, mas mesmo assim eu fui, trabalhei, botava assim uma bolsa pra ficar o saco pra fora, então era tudo bem cuidadinho. Eu chegava no teatro mais cedo, sempre cheguei mais cedo, e pra preparar, pra fazer isso tudo, eu levava coisas que a camareira me ajudava a fazer. Não podia comer, porque se não fabricava [fezes], um monte de coisa. É barra pesada, tinha que ser muito bem controlado. Fiz muita participação no Zorra Total com saco de colostomia, fazia uns quadros lá, sempre me chamavam porque sabiam que eu precisava do dinheiro para pagar o aluguel".
Em seguida, Oliveira acabou falando sobre sua experiência em gravar o programa, e entregou que se sentia menosprezado pela produção: "Era assim: Até que tem talento, mas pode ser que morra logo, então Eu sempre fui tratado como: Estamos ajudando o cara. Eu sentia isso. [Era um tratamento] distanciado, as reuniões dele eu nunca participava, da Grande Família. Mas vamos deixar pra lá, aquilo já foi".
Marcos ainda conta que o distanciamento era tão grande que ele acabou não mantendo contato com nenhum dos colegas de elenco - e ainda afirma que, quando as pessoas fazem sucesso dentro da Rede Globo, elas acabam entrando em um status superior:
"Eu não sei, não quero saber [como os colegas de elenco estão hoje]. Não tenho contato com ninguém. Nem Lele, nem Nineu [risos]. Ninguém, parece que eu saí da reencarnação sem nada. Mas o que é isso, normal. O que acontece é o seguinte, não é que nem, por exemplo, quem tem uma relação de amizade e admiração. Porque eu sei que independente do sucesso de ir ao ar ou não, o Manfrini, a Patrícia, são pessoas que eu vou ter sempre como amigo e como referência. É outra coisa, eu não fico enchendo o saco deles todo dia, toda hora, mas eu tenho uma relação de proximidade, de amizade. Lá dentro [da emissora] é a carreira. Daí você começa a fazer carreira lá dentro, e você começa a ser meio high society [alta sociedade]".
Diante dessa situação, o eterno Beiçola ainda fala sobre não ter mais interesse pela emissora, e revela que volta sua atenção para propostas mais recentes e atuais:
"Acho que tenho e não tenho [uma mágoa], acho que a coisa que me faz viver não é querer saber da TV Globo. Isso é a minha salvação. Não me interessa, essa TV Globo não tenho a melhor vontade. Eu gosto do Multishow, das outras possibilidades, dessa coisa nova. É essa coisa nova que me interessa, que eu estou ressuscitando, que eu estou vivendo. Fazer teatro, aprender a fazer coisas de vídeo".
Apesar disso, ele conta que foi bem pago tanto por sua atuação na época quanto pela reprise do programa que ocorreu alguns anos depois - mas também entrega que acabou não guardando dinheiro no início e, quando o fez, foi pego de surpresa pela pandemia da Covid-19:
"Ganhei e perdi muito dinheiro [na época de A Grande Família]. Loucura. Foi muito louco, coisa de louco da minha vida. Eu tinha carro e tal, mas daí eu fui degringolando, degringolando Daí ganhei uma puta bolada da reprise, daí eu guardei, mas daí veio a pandemia e acabou. Foi 120 pau [sic]".