Venda de comidas juninas é novamente afetada pela pandemia
Sistema de entregas se torna a melhor alternativa para quem não pretende parar durante essa época do ano
Pelo segundo ano consecutivo, a pandemia impediu a realização das celebrações que costumam ocorrer durante o mês de junho. Para não serem novamente prejudicados, aqueles que trabalham com a venda de comidas típicas precisaram buscar alternativas para manter a tradição viva de alguma forma.
Grazziella Santos, 44 anos, é autônoma no ramo alimentício e trabalha com comidas típicas há mais de 20 anos. A cozinheira diz que tudo mudou devido à pandemia, mas vender e realizar as entregas por delivery foi a principal das mudanças. “No primeiro momento, com o lockdown, tivemos que parar bruscamente, mas foi necessário e tivemos que nos adaptar às normas atuais”, ela conta.
Grazziella entende as dificuldades enfrentadas por pessoas que fazem parte desse segmento e que aquecem o comércio na época junina. Entretanto, ela considera necessário respeitar o isolamento social. “Acho necessário por causa de aglomeração, mas dificultoso por causa do trabalho mesmo. Tem muita gente desempregada por não ter alternativa de trabalho”, afirma.
A cozinheira ainda relata que precisou explorar outras saídas para driblar as circunstâncias. “Busquei trabalho com festas em geral. Atualmente trabalho com festas em escolas, kits infantis e kits de festa de aniversário”, comenta.
Grazziella também tem expectativas para o próximo ano e a vacinação da população é uma delas. “Que todos estejam vacinados para que possamos voltar ao novo normal. Mais trabalho, pelo menos como era antes, recebendo o cliente em nosso ambiente de trabalho e recebendo o calor humano novamente”, ela torce.
Silmara Pimentel, 46 anos, também é cozinheira e trabalha com produção e venda de comidas há 15 anos. Ela relata que durante a pandemia, com a diminuição do número de vendas e pelo baixo nível de contratantes, a renda que antes possuía ficou totalmente instável.
Silmara conta que sentiu os impactos da pandemia e não viu o trabalho dela render por bastante tempo. “A situação financeira foi se desestabilizando, e eu acredito que o problema maior além da pandemia é o descuido de quem, mesmo em fechamento total, ainda se propôs a sair, dificultando os trabalhadores que esperavam diariamente o fim da quarentena”, critica.
A cozinheira diz que todas as pessoas que conhece e que também trabalham nesse ramo foram afetadas e impossibilitadas de dar continuidade às vendas por causa da proibição das festas nesse período. Porém, assim como Grazziella, Silmara também tentou contornar a situação por meio dos serviços com delivery. “Até tive algo rentável, mas o primeiro abalo da pandemia não deixou os planos irem tão à frente”, conta.
“Eu espero ansiosamente que neste próximo ano as coisas voltem ao normal para que eu possa fazer com todo vigor a coisa que eu mais gosto de fazer, que é levar ao meu cliente a máxima qualidade daquilo que produzo”, conclui.
Instagram – @mc_gourmet2 (MCGOURMET – Grazziella Santos)
Instagram – @silmarapimentelbuffet (Silmara Pimentel)
Por Isabella Cordeiro.