Casa do Carnaval no Recife é reaberta ao público
Equipamento fica no Pátio de São Pedro. A visitação pode ser feita de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h
A Prefeitura do Recife reabriu o Centro de Formação, Pesquisa e Memória Cultural Casa do Carnaval. O equipamento fica no Pátio de São Pedro e foi reaberto nessa terça-feira (31), mesmo dia em que o Iphan confirmou a revalidação do Frevo e o registro da Ciranda como patrimônios culturais imateriais do Brasil.
A Casa do Carnaval, que soma 31 anos de existência e serviços prestados à cultura e à pesquisa cultural, reabriu as portas para o atendimento presencial do público, com instalações físicas e acervos recuperados.
O local recebeu novos projetos expositivos e de climatização, com adequações nas instalações, além de serviços de manutenção e recuperação de acervo, composto por mais de mil volumes impressos, entre livros, periódicos, teses, dissertações, monografias, atas, estatutos, cartas, notas de jornal, fotografias, cartilhas culturais, catálogos e partituras de frevo, para legar eternidade e universalidade à música que nasceu do encontro entre luta e celebração, rua e multidão. Boa parte dessa farta e rica documentação, que serviu, inclusive, de fundamento e lastro para a estruturação de um grande programa integrado de salvaguarda, responsável pela criação do Paço do Frevo e pelo registro do ritmo como patrimônio junto ao Iphan, está digitalizada. A visitação pode ser feita de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h.
EXPOSIÇÃO - Para a reabertura, a Casa do Carnaval convida o público a entrar na roda da exposição “Ciranda de todos nós”, em celebração ao ritmo que acaba de ser registrado Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. A exposição conta a história da tradição, feita de dança e música, tecida na oralidade e repassada literalmente de mão em mão, nos círculos geracionais que ainda se sucedem na Zona da Mata Norte e no litoral da Região Metropolitana do Recife.
A mostra retrata as origens, a geografia e a indumentária da ciranda, além de exibir instrumentos musicais e celebrar mestres e mestras que já giraram essa roda, com citações impressas nas paredes. No chão, projeções conduzem até os menos habilidosos pés na geometria da cadência cirandeira. Para ouvir as músicas e histórias da ciranda, QR Codes espalhados na exposição convidam à experiência sonora do agora declarado patrimônio cultural.
Ciranda Patrimônio Cultural - A candidatura da ciranda a patrimônio cultural do país foi apresentada pelo Governo de Pernambuco ao Iphan em 2015, com a entrega de inventário que identificou 28 grupos em atividade no estado, sendo 17 da Região Metropolitana e 11 da Zona da Mata. O registro, agora confirmado pelo Iphan, potencializa as políticas e articulações para preservação da ciranda, tradição espraiada da areia da praia para as cidades, que traduz o brincar como o mais sério e sagrado fazer.
Sobre a Revalidação do Frevo - Após muita expectativa e mobilização dos pernambucanos, a revalidação confirmou-se nesta terça-feira, durante a 96ª reunião extraordinária do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A revalidação de bens culturais é realizada a cada dez anos, em cumprimento ao estabelecido pelo Decreto nº 3.551/2000, que institui a confirmação periódica como instrumento de proteção. Segundo o Iphan, o processo de revalidação do frevo como Patrimônio Cultural do Brasil tem o objetivo de avaliar as mudanças pelas quais esse bem passou nos últimos dez anos e os impactos gerados pelas políticas de salvaguarda. A revalidação busca também mapear informações para elaborar ações futuras de proteção e valorização do bem cultural que conta os primeiros capítulos da formação identitária do povo pernambucano e brasileiro.
*Com informações da assessoria de imprensa