Sport quebra tabu e larga na frente contra o Náutico
Na primeira partida da semifinal com arbitragem polêmica, rubro-negros vencem por 2x1 e abrem vantagem para jogo de volta na Ilha do Retiro
Em Clássico dos Clássicos com 15 cartões amarelos, um vermelho, dois pênaltis, sete homens do apito e uma arbitragem completamente confusa, o Sport largou na frente contra o Náutico na semifinal do Campeonato Pernambucano. Com dois gols de Marcelinho Paraíba, os rubro-negros quebraram um tabu de não vencer o rival nos Aflitos, que já durava desde 2008. Ronaldo Alves descontou para os alvirrubros.
Os 90 minutos finais e decisivos serão no próximo domingo, às 16h, na Ilha do Retiro. Com o resultado e melhor classificação na primeira fase, o Sport joga pelo mesmo resultado na partida de volta. Para conseguir a classificação para a final, o Náutico precisa de uma vitória por dois ou mais gols de diferença.
O JOGO
O árbitro Ricardo Tavares antes mesmo de a bola rolar foi em cada área técnica e pediu calma aos treinadores. Prognóstico de um jogo pegado. Um clássico eletrizante. Logo no primeiro minuto, na primeira falta o juizão deu cartão amarelo para Marcelinho Paraíba. E assim foram outros seis nos 45 minutos iniciais.
O clima da partida esquentava a cada chance, a cada vez que a rede balançava. O Náutico, que entrou em campo no 4-4-2, pressionava mais o Sport do retrancado 3-5-2. Foi assim nas oportunidades desperdiçadas por Rodrigo Tiuí e Jefferson. O “dono do apito”, auxiliado por seis auxiliares, seguia bem no comando e no controle do jogo. Até os 17 minutos, quando o já amarelado Renê deu carrinho em João Ananias. Ricardo Tavares deu vantagem no lance e “esqueceu” do cartão vermelho. Erro carimbado por Mazola Júnior, que tirou o garoto para entrada de Julinho.
Apesar da pressão do Náutico, o time rubro-negro apostava e chegava com perigo nos contra-ataques. Na primeira oportunidade faltou crueldade para Jael. O próprio atacante puxou a jogada do campo defensivo, tabelou com Jheimy, saiu cara a cara com Gideão, mas bateu fraco para defesa do camisa 1. Porém, logo em seguida o arqueiro alvirrubro não conseguiu evitar o primeiro gol da decisão. Julinho cobrou lateral despretensioso para Jheimy, que fez o pivô em cima de Elicarlos e achou Marcelinho Paraíba dentro da área. O camisa 10 conseguiu fugir da marcação individual de Derley, encher o pé direito de primeira e estufar as redes do Náutico. 1x0.
Os rubro-negros não tiveram nem muito tempo para comemorar. A pressão alvirrubra continuou e minutos depois foi recompensada na principal jogada da equipe: a bola parada. Aos 31, Souza cobrou falta na ala esquerda, Ronaldo Alves subiu mais que a marcação adversária e empatou. 1x1.
Em seguida, a bola parada seguiu dando a tônica do clássico. Entretanto, com intervenções (diretas ou não) dos goleiros. Aos 33, Cesinha puxou Jael dentro da área. Pênalti. Na cobrança, Marcelinho Paraíba chutou quase no meio do gol. Gideão pulou no lado esquerdo, mas com grande reflexo esticou a perna e defendeu. Já aos 45, Magrão contou com a sorte. Souza cobrou falta com categoria, a bola explodiu na trave e “andou” pela linha.
Na volta para a segunda etapa, Mazola Júnior optou pela continuidade da retranca. Aliás, por uma postura ainda mais defensiva, tirando o atacante Jheimy para entrada do volante Rivaldo. E o que deveria ser predominante, aos oito minutos, aparentemente “nada mudou”. Elicarlos fez falta em Julinho, recebeu o segundo cartão amarelo e foi para o chuveiro mais cedo.
Apesar disso, o Sport seguiu sem atacar. Incentivados pelos gritos de protesto dos torcedores contra a arbitragem e de “time de guerreiros”, o Náutico criava as melhores oportunidades. Porém, Magrão “trocou” a sorte pela competência. O goleiro rubro-negro parou as investidas de Ramon, Siloé e Cesinha.
O Sport continuava retrancado. Mas, verdade seja dita, muito paciente. Apostando na individualidade, os rubro-negros conseguiram mais um pênalti. Moacir foi derrubado por Jefferson. Gideão até tocou na bola, mas dessa vez não impediu o 14ª gol de Marcelinho Paraíba no Campeonato Pernambucano e o fim de um jejum de vitórias nos Aflitos que já durava quatro anos.
Ficha do jogo
Estádio dos Aflitos, Recife-PE
Náutico: Gideão; João Ananias, Marlon (Cesinha), Ronaldo Alves e Jefferson; Elicarlos, Derley, Souza e Ramon; Siloé (Lenon) e Rodrigo Tiuí (Léo Santos). Técnico: Alexandre Gallo.
Sport: Magrão; Bruno Aguiar, Tobi e Edcarlos; Moacir, Hamilton, Marquinhos Paraná, Marcelinho Paraíba (Ruan) e Renê (Julinho); Jheimy (Rivaldo) e Jael. Técnico: Mazola Júnior.
Árbitro: Ricardo Tavares Assistentes: Pedro Wanderley e Clóvis Amaral
Assistentes adicionais: Giorgio Wilton e Anderson Freitas
Cartões amarelos: Elicarlos, Cesinha, Derley, Rodrigo Tiuí, Jefferson, Léo Santos, Souza (Náutico); Marcelinho Paraíba, Renê, Moacir, Hamilton, Edcarlos, Tobi, Julinho, Ruan (Sport)
Cartão vermelho: Elicarlos (Náutico)
Gols: Ronaldo Alves, aos 31 minutos do primeiro tempo (Náutico); Marcelinho Paraíba, aos 22 minutos do primeiro tempo e aos 36 minutos do segundo tempo (Sport)
Público: 12.644 Renda: R$ 220,025