Polícia cumpre mandados de busca nas sedes das organizadas

Material encontrado foi levado à sede do CORE e será analisado pela perícia

por Geraldo de Fraga sex, 01/03/2013 - 19:50

O cerco às torcidas organizadas dos três maiores times do Recife teve mais um capítulo na tarde desta sexta-feira (1).  A Polícia Civil de Pernambuco, através da Coordenação de Operações e Recursos Especiais (CORE), realizou a execução de seis mandados de busca e apreensão nas sedes das organizadas dos três maiores time do Recife.



A operação intitulada “Jogo da Paz” confiscou fichas de cadastros e panfletos na sede da Fanáutico (Náutico) e da Inferno Coral (Santa Cruz), onde também foi levado um laptop. Nas dependências de outra torcida organizada tricolor, a Império Coral, além de fichas, a diligência também apreendeu um gabinete de computador.



De acordo com o delegado José Silvestre Júnior, titular do CORE e coordenador da operação “Jogo da Paz”, o cumprimento desses mandados foi o primeiro estágio de outras ações que serão realizadas. “Esse trabalho não termina hoje. Essa foi apenas a primeira fase da operação. Desde o ano passado, que a Polícia Civil tem investigado esses grupos, em parceria com a Polícia Militar, Ministério Público e Juizado do Torcedor”, explica.



Segundo ele, o material apreendido será usado para realizar um cruzamento de informações. “Com esses dados poderemos identificar locais, pessoas e elementos para ajudar nas investigações. Sabemos que nem todos são criminosos, mas uma grande parte é”, conta. “Por exemplo: quando esses integrantes são detidos não dão o endereço certo na delegacia, mas nas fichas de inscrição, acreditamos que os dados estão corretos”, afirma, revelando ainda que as organizadas nunca repassam as informações solicitadas pela polícia. No caso dos computadores, as máquinas serão periciadas a procura de e-mails, fotos, vídeos, e-mails e sites que incitem a violência. Os aparelhos eletrônicos serão encaminhados ao Instituto de Criminalística e, após a conclusão do inquérito, devolvidos aos donos.



A operação contou com 70 policias, sendo seis delegados, reunidos em dez equipes e visitou seis locais, entre sedes e sub-sedes. Ninguém foi detido e nenhuma ocorrência efetuada. “Há indicativos de drogas e armas, mas não esperávamos encontrar nada dessa natureza, pois as torcidas estão alerta e não se mantém em posse delas”, conta José Silvestre Júnior. Segundo ele, essas agremiações contam com advogados que as deixam a par das investigações policiais. “Tivemos informações de que o advogado da Torcida Jovem do Sport alertou os integrantes de que poderia ocorrer alguma busca nas sedes. Por isso, não encontramos nada em seu poder. Mas já sabemos que, através das redes sociais, esses elementos estão se reunindo para esconder materiais e armas, como bombas caseiras”, admite.



Logo após a ação da polícia, a reportagem do Leia Já esteve em uma loja da Torcida Jovem, na rua da União, bairro da Boa Vista, mas ninguém que estava no local quis comentar o ocorrido.

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