Suely Guimarães comandará setor de Paradesporto da PCR
Bicampeã paralímpica foi nomeada na última terça-feira (19)
Um dos maiores nomes do esporte paralímpico pernambucano se prepara para encarar um novo desafio, mas dessa vez como gestora pública. A bicampeã paralímpica Suely Guimarães foi nomeada para chefiar o setor de Paradesporto da Secretaria de Esportes e Copa do Mundo do Recife.
E como primeira meta, a atleta vai conscientizar o setor hoteleiro para se adaptar às necessidades da pessoa com deficiência. Segundo Suely, isso possibilitará que a cidade receba campeonatos paradesportivos de nível sulamericano e mundial.
“Perdemos muitos eventos importantes devido à falta de hotéis acessíveis no Recife, principalmente em relação aos banheiros. Existem poucos quartos também. Fortaleza e Natal são exemplos de acessibilidade. O transporte aqui também é muito ruim”, critica. “Se conseguirmos superar esse problema, teremos condições de atrair competições internacionais, pois a pista do Santos Dumont já está adaptada e o Geraldão também ficará adaptado após a reforma”, afirma.
A gestora conta que também pretende estimular a descoberta de talentos paradesportivos nas escolas públicas e comunidades carentes do Recife, mas de maneira comprometida. “Não revelamos mais nenhum novo talento há muito tempo, pois não adianta só achar o atleta, tem que dar estrutura e corpo técnico para que ele se desenvolva”, revela.
Suely também conta que sua gestão será de contatos com as associações de deficientes e empresas. “Vamos ter um diálogo para fazer um trabalho conjunto. Mas eles também não podem esperar apenas pelo poder público. Vamos conversar com empresários para conscientizá-los da importância de se investir no paradesporto”, afirma, adiantando que, futuramente, pode vir a ser criada uma bolsa municipal para os atletas.
Currículo
Suely é bicampeã paralímpica no arremesso de disco (Barcelona-1992 e Atenas-2004) e conquistou o bronze em Atlanta-1996. Ela estabeleceu o recorde mundial da categoria em 1992 e bateu a marca, até hoje não superada, em 1996 e 2004. No total, disputou seis paralimpíadas, seis mundiais e sete parapanamericanos.
Ela conta que irá conciliar as carreiras de paratleta e administradora pública sem problemas. “Vou abraçar as duas com muita seriedade. Estou me preparando para encerrar minha carreira nas Paralimpíadas do Rio de Janeiro em 2016, mas sem esquecer das outras obrigações”, garante.