Atletas ucranianos desistem em Olimpíada após confrontos
Os atletas estão voltando para seu país de origem apesar de autoridades olímpicas dizerem que é melhor para eles permanecer e competir
Alguns atletas ucranianos decidiram não competir mais durante a Olimpíada de Inverno em Sochi, na Rússia, informou um funcionário do Comitê Olímpico Internacional (COI) nesta quinta-feira, enquanto violentos confrontos continuam a agitar a capital do país, Kiev. Os atletas estão voltando para seu país de origem apesar de autoridades olímpicas dizerem que é melhor para eles permanecer e competir, declarou o porta-voz do COI, Mark Adams.
Segundo ele, o COI respeita a decisão de cada atleta. Adams não revelou o nome dos competidores que estavam saindo da Rússia, mas duas atletas de esqui cross-country, Kateryna Serdyuk e Marina Lisogor, não participaram das competições de quarta-feira.
Comunicado do COI diz que Serdyuk saiu por causa de uma lesão nas costas ocorrida durante o treinamento, mas não deu detalhes sobre a decisão de Lisogor. A Ucrânia tem 44 atletas nos jogos e havia conquistado uma medalha de bronze no sprint biathlon com a atleta Vita Semerenko.
Novos confrontos tiveram início em Kiev nesta quinta-feira, um dia depois de o presidente Viktor Yanukovych ter concordado com uma trégua com os manifestantes, que exigem sua renúncia.
Sergey Bubka, ex-atleta olímpico e recordista no salto com vara que é atualmente presidente do Comitê Olímpico Nacional ucraniano, pediu aos dois lados que interrompam a violência em observância aos jogos.
"Estamos chocados como o eventos que aconteceram ontem em Kiev. Pensamos nas famílias e nos entes queridos que estão em casa na Ucrânia e vamos fazer nosso melhor para honrá-los nos campos em que competimos em Sochi", diz um comunicado publicado no site do comitê na quarta-feira.
"Nós também lamentamos profundamente e expressamos nossas sinceras condolências pela morte de nossos companheiros ucranianos...como atletas, competimos juntos com honra e amizade aqui em Sochi."
Respondendo aos relatos de que atletas ucranianos em Sochi foram proibidos de usar braçadeiras negras numa forma de demonstrar solidariedade, Adams disse que o COI e o Comitê Olímpico Nacional ucraniano concordaram em fazer outra coisa e optaram por fazer um momento de silêncio na vila dos atletas na quarta-feira. Perguntado se os atletas serão penalizados por usarem as braçadeiras, Adams declarou que "isso é incerto".
Nesta quinta-feira, o COI confirmou a saída da atleta ucraniana Bogdana Matsotska dos jogos. Segundo o pai da esquiadora, a medida foi tomada em "solidariedade aos combatentes" e ela está "extremamente irritada com o presidente Viktor Yanukovych".
Não estava claro de Matsotska já havia retornado à Ucrânia. Oleg Matsotskyy, pai da atleta que também é seu técnico, postou uma mensagem no Facebook na qual critica as últimas ações do presidente ucraniano.
"Em vez de resolver o conflito por meio de negociações (o que esperávamos que ele fizesse quando viajamos para Sochi), ele encharcou as últimas esperanças do país em sangue", diz a mensagem.
"Em solidariedade aos combatentes nas barricadas...e como um protesto contra as ações criminosas adotadas contra os manifestantes, a irresponsabilidade do presidente e seu governo bajulador, nos recusamos a continuar a competir nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi 2014", afirma o comunicado. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.