Ibrahimovic justifica cartão com apoio a campanha da ONU

dom, 15/02/2015 - 18:00
KENZO TRIBOUILLARD Ibra exibiu as tatuagens efêmeras depois de fazer um gol contra o Caen, em 14 de fevereiro em Paris KENZO TRIBOUILLARD

Ibrahimovic  levou um cartão amarelo neste sábado por ter tirado a camisa depois de fazer um gol, mas foi por uma boa causa: o astro sueco queria exibir tatuagens para marcar seu apoio a uma campanha da ONU contra a fome.

Neste domingo, o atacante do Paris Saint-Germain foi apresentado oficialmente como parceiro do Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas.

Contra o Caen, no Parque dos Príncipes, Ibra marcou um belo gol logo aos 2 minutos de jogo, e tirou a camisa na comemoração, exibindo por longos segundos diante das câmeras tatuagens efêmeras com os nomes de Carmen, Mariko, Antoine, Sawsan, Chheuy, Lida, Siatta ou Rahma, integrantes de uma lista de 50 pessoas que sofrem de fome.

"Houve especulações em torno destas tatuagens", reconheceu o sueco, numa entrevista coletiva realizada em Paris.

"Nada do que aconteceu ontem estava previsto. Poderia ter acontecido, mas o fato de ter acontecido depois de apenas dois minutos de jogo foi um bônus", garantiu o jogador, de 33 anos, que será suspenso para o duelo da semana que vem com o Monaco por acúmulo de cartões amarelos.

"Foi espontâneo, não pensei num eventual cartão amarelo ou numa suspensão. Isso mostra que o que estou fazendo aqui não tem preço. Toparia até levar um vermelho, se pudesse ajudar", ironizou.

"Se ele não tivesse feito gol, teríamos apenas organizado esta entrevista coletiva, mas este gol foi ideal", admitiu Marina Catena, coordenadora do PAM na França e em Mônaco.

O projeto contra a fome se chama "805 milhões de nomes", e foi apresentado num filme em preto e branco, no qual Ibra pede para que seus fãs "apoiem aqueles que sofrem de fome e são os verdadeiros campeões".

"Cada vez que ouvirem meu nome, vão pensar nos nomes deles", diz o atacante no filme.

"Para mim, não há desastre pior no planeta do que a fome no mundo. Não são uma ou duas pessoas, são 805 milhões. Se pudesse, teria colocado todos esses nomes no corpo. Mas não sou tão alto assim. Sou bem alto, mas nem tanto, brincou o artilheiro das últimas duas edições do Campeonato Francês.

"É a primeira vez que participo publicamente de uma ação humanitária. Não quero que digam que estou fazendo isso para parecer mais simpático. Gosto da minha imagem de 'bad boy' (garoto malvado)", ressaltou.

"Não estou aqui para salvar o mundo. Se pudesse, já o teria feito. Só quero passar um recado, abrir os olhos sobre o que acontece lá fora. Isso eu posso fazer", completou.

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