ONG dos Grael rejeita fazer limpeza da Baía de Guanabara
Governo estadual encerrou o contrato com as empresas que prestavam serviço de recolhimento de detritos do local
O Instituto Rumo Náutico, dos irmãos Grael, rejeitou por unanimidade na manhã desta segunda-feira a proposta de contratação de seus serviços para a limpeza da Baía de Guanabara, que receberá as competições de vela nos Jogos Olímpicos de 2016. O convênio havia sido anunciado pelo governo do Rio na semana passada e previa um contrato de R$ 20 milhões sem a necessidade de licitação.
O novo projeto para limpeza da Baía foi elaborado pelo ambientalista Axel Grael, irmão de Lars e Torben. Vice-prefeito da cidade de Niterói, ele produziu o estudo e cedeu à Secretaria de Estadual de Ambiente. Mas a modalidade de contratação - em regime de urgência - levantou críticas, o que fez o próprio instituto abrir mão de gerir os trabalhos.
"O Projeto Grael tem sido um importante canal de contribuição para isso (despoluição da Baía de Guanabara), e é importante que continue a motivar os seus alunos a se engajarem nessa luta e que contribua sempre com as iniciativas de despoluição. Mas, isso deve ser feito dentro das vocações e das limitações institucionais da nossa organização. A decisão do Conselho Diretor do Instituto Rumo Náutico é prudente e correta", declarou Axel.
"A ação do Projeto Grael não seria despoluir a Baía de Guanabara, mas uma medida para oferecer uma raia mais justa e igualmente competitiva para os atletas", explicou Lars Grael. "Não é a nossa principal vocação gerir o projeto de coleta de lixo flutuante, mas nos manteremos à disposição do Estado, em prol de uma Baía mais digna para todos os usuários."
No início de março, o governo estadual encerrou o contrato com as empresas que prestavam serviço de recolhimento de detritos na Baía através de ecobarcos. O projeto das ecobarreiras - estruturas colocadas para conter o avanço de lixo através dos rios - também vem definhando.