Em Toronto, Thiago Pereira pode fazer história no Pan
Dono de 18 medalhas (12 ouros, 3 pratas e 3 bronzes) na competição, ele está a um pódio de ultrapassar o ex-nadador Gustavo Borges e se tornar o maior medalhista brasileiro
Em Toronto, Thiago Pereira disputará pela quarta vez os Jogos Pan-Americanos. Dono de 18 medalhas (12 ouros, 3 pratas e 3 bronzes) na competição, ele está a um pódio de ultrapassar o ex-nadador Gustavo Borges e se tornar o maior medalhista brasileiro. Mas a meta vai além disso e ele tem a ambição de ser o maior vencedor de todos os tempos. Para isso, será preciso desbancar o recorde de 22 medalhas do ex-ginasta cubano Eric Lopez Ríos.
O prestígio não termina dentro da piscina. O brasileiro será o porta-bandeira da delegação na cerimônia de abertura nesta sexta-feira e estará no centro das atenções desde o primeiro dia oficial da competição. Inscrito para oito provas em cinco dias, Thiago Pereira ainda não confirma presença em todas e diz que a decisão final será tomada em conjunto com a comissão técnica da natação brasileira. De qualquer forma, o objetivo é ganhar muitas medalhas de ouro.
Ele quer fazer valer o apelido de "Mister Pan" e não medirá esforços para realizar o seu sonho. "Para alcançar a minha meta pan-americana é preciso muita dedicação e esforço. Nadar todos os dias em uma competição como essa exige não só preparo físico, mas estratégias definidas e preparo psicológico", explicou. E acredita que está no caminho certo. "No dia a dia, nos treinos, tenho me preparado bem. Vou chegar no Pan bem confiante na conquista dos meus objetivos".
Com o calendário apertado, alguns nadadores descartaram o Pan de Toronto para focar apenas no Mundial de Esportes Aquáticos, que será disputado em Kazan, na Rússia, entre 24 de julho e 4 de agosto. É o caso de Cesar Cielo, que pretende revalidar seus títulos mundiais. Mas Thiago Pereira tenta conciliar as duas principais competições do ano e garante que vai manter a concentração em cada uma no momento certo. "Minha estratégia é nadar bem o Pan, que é meu principal foco este ano, e depois pensar no Mundial. Durante o Pan meu foco será a competição, sem segundo ou terceiro plano. Depois que bater na parede na minha última prova em Toronto, meu foco passará a ser fazer um bom papel em Kazan".
ESTRATÉGIA - O nadador faz um planejamento estratégico para diminuir o desgaste de disputar duas importantes competições consecutivas em busca dos resultados que estabeleceu como meta para essa temporada.
"Depois de Toronto, é preciso virar a chavinha para Kazan e tentar segurar o polimento e minimizar qualquer impacto das provas do Pan. Serão duas batalhas e tanto contra os melhores do mundo".
No Pan, a equipe norte-americana não terá o astro Michael Phelps, dono de 22 medalhas olímpicas. Para o brasileiro, "o maior campeão olímpico de todos os tempos faz falta em qualquer competição".
Apresentado como atleta do Minas Tênis Clube-MG em abril, Thiago Pereira treina nos Estados Unidos. No exterior, ele perde visibilidade a pouco mais de um ano dos Jogos Olímpicos do Rio, mas foi a alternativa encontrada após o fim da parceria com Alberto Pinto, o Albertinho, no ano passado.
Prata nos 400 metros medley na Olimpíada de Londres, em 2012, Thiago aposta no trabalho dos renomados técnicos Dave Salo e Jon Urbanchek para conseguir um novo pódio olímpico - quem sabe com um ouro inédito.
"Os treinos nos Estados Unidos são bastante motivadores. Todos os dias trabalho ao lado de um campeão olímpico e medalhista mundial. Meus treinadores também são referência na modalidade. Ambos são exigentes e dão treinos muito fortes".
Urbanchek está no hall da fama internacional da natação e já treinou dezenas de atletas olímpicos; ele também levou Gustavo Borges ao auge da sua carreira e colocou o brasileiro entre os melhores do mundo na década de 90. Respaldo, Thiago Pereira já tem de sobra. Agora a missão é transformar o esforço em resultados.