Capital paraense recebe torneio regional de goalball

Esporte paralímpico para deficientes visuais terá competição em Belém, no ginásio da Uepa. Participam equipes de Pará, Brasília, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Amazonas.

por Raiany Pinheiro qua, 13/04/2016 - 08:17
Agência Pará Kátia Tadayeski, treinadora da equipe paraense de goalball Agência Pará

Belém sedia, a partir desta quinta-feira (14) e até o próximo domingo (17), o Torneio Regional Centro-Norte de Goalball. O campeonato será realizado no Ginásio de Educação Física da Universidade do Estado do Pará (Uepa), campus III, localizado na avenida João Paulo II, no bairro do Marco, em Belém. O torneio começa a partir das 15 horas. Participam da competição equipes dos Estados do Pará, Brasília, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Amazonas. São 19 times, nas categorias masculino e feminino.

A modalidade foi criada em 1946 pelo austríaco Hanz Lorezen e pelo alemão Sepp Reindle, com o objetivo de reabilitar veteranos da Segunda Guerra Mundial que ficaram cegos. Na quadra, os atletas, três de cada lado, são ao mesmo tempo arremessadores e defensores. Eles lançam com as mãos e defendem com o corpo as bolas (com guizo dentro) jogadas em direção ao gol adversário. Ganha quem fizer mais gols durante os dois tempos.

A capital paraense será representada pela equipe da Unidade Educacional Especializada José Álvares de Azevedo (UEEJAA), coordenada pela Educadora Física Kátia Tadaiesky. Outras associações da capital que trabalham com educação para pessoas deficiência visual também vão participar do torneio de goalball.

O Goalbaal é um esporte paralímpico, e hoje o Brasil lidera os rankings mundial feminino e masculino da modalidade. Os atletas usam da agilidade, habilidade e coragem, para dar um show de estratégias ofensivas e defensivas, arremessando uma bola que pesa 1,25 kg e alcança até 100km/h.

Em entrevista ao portal LeiaJá, Kátia Tadaiesky, que é Educadora Física e Treinadora da equipe (UEEJAA) desde 2006, contou que o goalball é um esporte que contribui muito para o desenvolvimento do atleta. "O goaball é uma ótima maneira de organizar a motricidade e psicomotricidade do atleta com falta da visão. Por meio desse esporte o atleta passa a melhorar seu condicionamento físico deixando a insegurança de lado e superando muitas adversidades", informou.

A educadora destacou a importância do goalball em sua vida. "Trabalhar com o goalball e com pessoas que possuem deficiência sempre foi o meu objetivo. Eu gosto muito de esporte, de jovem, e da pessoa com deficiência porque você pode observar a evolução dessa pessoa a cada dia. Vê a contribuição do que estamos fazendo é uma coisa impagável. O goalball não forma só atletas, ele forma pessoas, cidadãos de bem e com propósitos", afirma.

Larissa Souza, que é universitária e atleta de goalball desde 2007, disse o que o goalball representa para ela. "O goalball é mais que um esporte. Ele é uma forma de continuarmos sonhando, pois nos ajuda em diversos aspectos. Para continuar no time de goalball precisamos estar estudando e ter boas notas. Talvez se não fosse o goalball eu não teria a mesma disposição para estudar. Poder representar o Pará em competições regionais e nacionais é um dos grandes presentes que o goalball me deu", contou.

Para Alexsandro Lopes, atleta da equipe masculina de goalball, a modalidade trouxe liberdade para sua vida. "Como deficiente visual, eu penso que o goalball é uma maneira de dar mais liberdade para nós atletas que não podemos ver. Esse esporte veio para mostrar que não é porque temos uma deficiência que devemos ficar em casa sem fazer nada. Graças ao goalball eu pude conhecer muitas pessoas que hoje são como uma família para mim. Esse esporte deu uma nova direção para minha vida", afirmou.

Podem participar do Goalball pessoas diagnosticadas com baixa visão ou perda total, de acordo com a avaliação técnica. Para ficarem em igualdade na quadra eles usam uma viseira, completamente vedada, para inibir qualquer entrada de luz.

Programação Centro Norte de Goalball

14/04/2016

14h - Congresso técnico

15h – Abertura - Uepa Campus III

15h30 às 23h- Competição na Uepa Campus III

15/04/2016

8h às 22h – Competição na Uepa Campus III

16/04/2016

8h às 20h30 – Competição na Uepa Campus III

17/04/2016

8h às 11h30 – Competição na Uepa Campus III

11h30 - Premiação e encerramento

Equipes confirmadas:

Masculino

Associação Brasiliense de Deficientes Visuais - ABDV/DF

Associação de Deficientes Visuais do Baixo e Médio Amazonas - ADEVIBAM/PA

Associação dos Deficientes Visuais de Parauapebas - ADVP/PA

Associação Rondonopolitana de Deficientes Visuais - ARDV/MT

Associação De e Para Cegos do Pará - ASCEPA/PA

Associação Souza Filho de Artes Marciais - ASFAM/PA

Associação de Centro de Treinamento de Educação Física Especial - CETEFE/DF

Instituto dos Cegos do Mato Grosso - ICEMAT/MT

Instituto Sul-Matogrossense para Cegos Florivaldo Vargas - ISMAC/MS

Unidade Educacional Especializada José Álvares de Azevedo - UEEJAA/PA

União dos Atletas Cegos do Distrito Federal - UNIACE/DF

Feminino

Associação de Deficientes Visuais do Baixo e Médio Amazonas - ADEVIBAM/PA

Associação Mato-grossense dos Cegos - AMC/MT

Associação De e Para Cegos do Pará - ASCEPA/PA

Federação de Esportes Paralimpico do Estado do Amazonas - FEPAM/AM

Instituto dos Cegos do Mato Grosso - ICEMAT/MT

Instituto Sul-Matogrossense para Cegos Florivaldo Vargas - ISMAC/MS

Unidade Educacional Especializada José Álvares de Azevedo - UEEJAA/PA

União dos Atletas Cegos do Distrito Federal - UNIACE/DF

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