Atletas de artes marciais do Pará buscam apoio financeiro
Jovens atendidos por associação de Belém que trabalha com pessoas com deficiência procuram patrocínio para disputar torneios em Imperatriz e Parauapebas
Por uma indicação, Ana Cecília Moreira Silva colocou o filho George Souza Filho numa academia de judô em Belém. Depois de vários campeonatos e cansada de ficar atrás de uma mesa exercendo a função de contadora, ela decidiu abrir uma academia de artes marciais e um filme chamado “A corrente do bem” deu o impulso para o sonho se realizar. Assim começou a história da Associação Souza Filho de Artes Marciais (Asfam), localizada na avenida Alcindo Cacela, entre Bernal do Couto e Oliveira Belo, no bairro do Umarizal, em Belém.
O diferencial da Asfam é a inserção social através das artes marciais para pessoas com alguma deficiência. E assim alunos como Leonardo Baena apareceram na academia. Ele foi o primeiro campeão nacional com Síndrome de Down, na categoria até 18 anos. Além disso, a academia também aceita alunos sem necessidades especiais.
Os senseis, como são chamados os professores das artes marciais, fizeram um curso de capacitação para dar aulas aos alunos. A associação tem o título de legitimidade pública municipal e estadual. Mesmo com tudo isso ainda há dificuldades financeiras. A Asfam está arrecadando dinheiro nos cruzamentos de Belém para participar de dois torneios que abrangem todas as categorias. Esses torneios serão realizados neste mês de setembro em Imperatriz (9 a 11) e em Parauapebas (23 a 25). “Falta transporte para vir treinar. O quimono, cada atleta tem que ter dois quimonos”, diz Ana Cecília. “Sim, me sinto realizada, quando chega uma mãe aqui e dá um depoimento. O crescimento de um filho, no que ele melhorou. Uma história de mãe. Um abraço de um filho é tudo”, declara a ex-contadora.
Reinaldo Ribeiro da Costa, um dos senseis que auxiliam os alunos na Asfam, afirma que tenta exercer um papel de exemplo para eles. “Sensei tem que servir de exemplo e espelho para o aluno. É gratificante mostrar que podemos mudar a vida das pessoas com deficiência”, diz.
O esporte amador no Pará enfrenta muitas dificuldades. Reinaldo diz que a academia tem um convênio com a SEEL (Secretaria de Estado de Esporte e Lazer), mas não recebe há meses. A Asfam encontrou outros meios para arrecadar dinheiro. Alunos, pais e professores pedem ajuda no sinal. “Não investem no esporte amador, acaba que temos que fazer rifas e pedágios. Dependemos muito de doações”, afirma Reinaldo. A SEEL não se pronunciou até o momento sobre os atrasos.
Leonor Alves é mãe de um dos alunos que a Asfam acolhe. Ela disse que estava numa galeria em Belém quando a coordenadora da Asfam fez o convite para que seu filho João Vitor, portador da Síndrome de Down, participasse das aulas. “Fiquei receosa, nunca tinha pensado nessa possibilidade. Nunca pensei que teria essa facilidade”, afirmou.
Qualquer pessoa pode se matricular na Asfam. Com cadastro no projeto, são 150 alunos. Desses, apenas 10 são pagantes. Lá, alunos com deficiência visual, autismo e portadores de Síndrome de Down são inseridos socialmente por meio do esporte. Mais informações no facebook da Associação:
www.facebook.com/pages/ASFAM-Associacao-Souza-Filho-De-Artes-Marciais/577143988997738?fref=ts
Por Alisson Gouvea e Nicksson Melo.