Maneco: 'O carrinho em Rogério me apagou no futebol'
Lateral acabou sem clube e hoje participa de um trabalho de retomada na AGAP-PE
A AGAP-PE é um nome certo de ouvir e ler nas manchetes durante a pré-temporada dos clubes pernambucanos. Focada em auxiliar atletas que estão sem clube, a Associação de Garantia ao Atleta Profissional do Estado de Pernambuco serve de ponto de equilíbrio para jogadores que passam por momentos complicados em suas carreiras e buscam a redenção, ou até mesmo, um simples retorno ao mercado da bola.
"Nossa intenção é dar o espaço para o jogador profissional desempregado poder treinar, jogar e voltar a ter contratos. Temos bons exemplos de atletas que aqui estiveram e conseguiram retomar suas carreiras e é assim que a gente trabalha. Neste ano que mal começou já conseguimos recolocar no mercado o volante Bia, que era do Sport e o zagueiro Algodão, ambos no América, para disputar o Campeonato Pernambucano. Entre outros tantos", contou o presidente da AGAP-PE, Fernando Silva.
Nesta terça-feira (10), o time da associação enfrentou o Santa Cruz em um jogo treino, no qual acabou derrotado por 3x0. Dentre os nomes do elenco que tem jogadores dispensados de equipes do interior pernambucano está um que o torcedor do Náutico lembra bem, Maneco. O lateral atuava pelo América em 2012 e, em uma partida contra o Timbu, deu um carrinho que atingiu em cheio o atacante Rogério, atualmente no Sport.
O lance foi punido com um cartão amarelo no momento da partida e, posteriormente, com a suspensão do lateral enquanto durasse a recuperação de Rogério que sofreu a ruptura do ligamento cruzado do joelho esquerdo. Passar seis meses parado junto com o atacante não foi a pior parte para Maneco, a fama que veio junto com o lance marcante fez mais estrago. Um vídeo postado no Youtube mostra como foi o lance, a partir de registros feitos pela Rede Globo.
"Dificultou muito minha carreira, eu tinha propostas no futebol cearense e outras que não pude aproveitar. Manchou minha carreira, muitos ficaram com uma imagem de mim como jogador maldoso e eu não sou assim, quem me conhece sabe disso", lamentou.
O AGAP-PE tem sido para Maneco, e outros atletas como o atacante ex-Sport, Jadílson, uma nova chance de trabalhar no mundo da bola. O projeto não sustenta os atletas, que jogam sem vínculo algum com a associação, mas recebem materiais e a oportunidade de treinar e jogar com profissionais. "São pessoas ligadas ao sindicato dos jogadores que fazem um belo trabalho e existe como forma de apoiar esses profissionais. Nos dá muita felicidade ver eles conseguindo voltar ao mercado", destacou o presidente.