Torcedores do Salgueiro prometem ato por volta da buzina

Torcedor ilustre do Carcará, Tarcísio demonstrou revolta com proibição do objeto. 'A buzina não machuca ninguém', declarou

por Nathan Santos qua, 28/06/2017 - 09:15

Quieto e com um olhar meio desconfiado, um torcedor se aproximou ao alambrado do Estádio Cornélio de Barros. Foi o treino do Carcará, na tarde desta terça-feira (27), que atraiu a atenção do senhor, às vésperas da equipe sertaneja participar de uma das maiores partidas da sua história. Devidamente vestido com a camisa de tons verdes do Salgueiro, o torcedor em questão acompanhou a movimentação sem muitos comentários ou qualquer outro tipo de manifestação.

O silêncio, entretanto, não faz parte das caraterísticas desse torcedor, conhecido na cidade de Salgueiro como Tarcísio. Ele é um dos símbolos das arquibancadas do time local, onde por muitos jogos utilizou uma buzina que, de acordo com ele, serve para incentivar e animar o Carcará. Por meio de uma ação promovida pelo Sport e acatada pela justiça, Tarcísio está proibido de acompanhar os jogos no estádio do município portando o objeto. A alegação dos rubro-negros é que o instrumento atrapalha a comunicação entre os integrantes da comissão técnica e atletas.

Pintor aposentado, Francisco Gomes, 51 anos, apelidado pelos populares como Tarcísio da Buzina, não perde os jogos do Salgueiro em casa. E quem já viu o Carcará atuando no Cornélio de Barros provavelmente recorda do intenso barulho causado pelo objeto. Mas por ordem da justiça, a buzina deve ficar em silêncio nesta quarta-feira (28), quando o time sertanejo enfrenta o Leão da Ilha do Retiro pela final do Campeonato Pernambucano 2017. A proibição foi extremamente lamentada por Tarcísio e entre outros torcedores do Carcará.

Logo após o treino do Salgueiro, Tarcísio foi para a frente do Estádio Cornélio de Barros. Se juntou a outros torcedores do Carcará e, em conversa com o LeiaJá, reforçou seu desconforto contra a proibição. “Chato demais! Onze anos usando a buzina no estádio, nunca teve confusão aqui. A buzina não machuca ninguém”, lamentou o torcedor ilustre. Tarcísio ainda adiantou que ele e outros torcedores devem realizar um protesto, nas proximidades do estádio, horas antes da partida desta quarta-feira. No entanto, ele preferiu não revelar os detalhes da manifestação, mas deixou a entender que pode haver um “buzinaço”. 

Do lado de fora do estádio, Tarcísio da Buzina criticou a proibição e quebrou o silêncio ao botar para funcionar o polêmico instrumento. Ele também contou com o apoio de outros torcedores:

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Em apoio a Tarcísio, o comerciante Cícero José Neves, de 42 anos, também criticou a proibição e principalmente as mudanças nas datas da final do Pernambucano. Para o torcedor, a torcida salgueirense está bastante revoltada com todos esses problemas. “O Salgueiro chega com raiva, por tudo que vem fazendo contra o clube. Tudo para o Salgueiro está sendo proibido, seja buzina ou batucada na arquibancada. Nós estamos sendo prejudicados”, disse Cícero.

De acordo com o torcedor, o protesto desta quarta-feira vai focar, principalmente, no pedido pelo retorno da buzina. “No protesto nós queremos mostrar a verdade do que vem acontecendo. A buzina nunca atrapalhou ninguém, pelo contrário, ela é um símbolo da nossa cidade e da nossa torcida”, finalizou o torcedor do Carcará.

Salgueiro e Sport iniciam a batalha pelo título às 21h45.Na primeira partida, realizada no Recife, o jogo terminou em 1x1. Nesta quarta-feira, caso haja um novo empate, o desfecho será por meio de penalidades.    

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