PM afirma que ação no clássico foi técnica e sem excessos

Dezenas de torcedores se feriram depois que soldados do batalhão de Choque entraram na arquibancada para confiscar um sinalizador

por Thayná Aguiar qui, 08/03/2018 - 12:23
Chico Peixoto/LeiaJá Imagens Cerca de 65 pessoas ficaram feridas Chico Peixoto/LeiaJá Imagens

Depois de uma série de confusões registradas no clássico entre Sport e Santa Cruz pela última rodada do Campeonato Pernambucano, a Polícia Militar convocou uma entrevista coletiva para falar sobre o assunto. Segundo a PM, a patrulha do Batalhão de Choque agiu de forma precisa e técnica, e o tumulto teria sido causado pelos próprios torcedores do Santa Cruz após a ação do Choque de deter o homem responsável por acender um sinalizador, artefato que é proibido nos campos de futebol. Ao todo, cinco pessoas foram detidas sendo dois menores de idade. 

De acordo com o Tenente Coronel César Moraes, o Batalhão de Choque fez seu procedimento padrão. "O episódio iniciou posteriormente do gol do Santa Cruz. Nossa patrulha identificou um torcedor utilizando um sinalizador. Agimos de forma técnica, a patrulha não saiu empurrando ninguém. Passamos o jogo inteiro observando a torcida para evitar esse tipo de problema", afirmou.

O batalhão de choque fez a ação e saiu na lateral que é o procedimento padrão. Nesse momento em que a polícia tira o torcedor houve por parte da própria torcida uma movimentação para baixo, que ocasionou um efeito avalanche. As pessoas estão em pé na arquibancada e facilmente propícias a queda", explicou. "A ação policial tinha que existir e teve a preocupação de não causar tumulto. Mas todo mundo sabe que existe grupos que não só vai para torcer, mas vai para causar alguns transtornos", completou.

Segundo o Tenente Coronel César Moraes, a preocupação do Batalhão de Choque era de dar assistência às pessoas que estavam machucadas. "Para isso a gente precisava fazer a contenção para não haver invasão. Mas houve uma resistência de um grupo da torcida organizada que queria entrar em campo. Não havia condições de fazer o atendimento imediato porque esse grupo estava querendo invadir o campo. E por isso o batalhão usou das técnicas necessárias para dispersar".

Para realizar a dispersão, sprays de pimenta foram utlizados contra a torcida. Afetando desde adultos até crianças. Contudo, o Tenente Coronel afirmou que a medida tomada foi necessária. "Os 65 atendidos não foram lesionados em confronto com a polícia. Não houve excesso da nossa parte. Isso é um dano colateral. Foi usado tudo aquilo que era necessário. Se não fosse assim, poderia ter uma tragédia ainda maior", contou.

Quando questionado sobre como o sinalizador teria entrado no estádio, o comando da PM informou que é feita uma revista minuciosa na maioria dos torcedores. Contudo, não dá para "retirar o sapato de cada um deles". "O sinalizador tem um formato até de uma caneta. Mesmo que o batalhão de choque fizesse uma busca minunciosa em toda a torcida não seria fácil de encontrar o artefato. Tem gente que esconde até no sapato. As Torcidas Organizadas muitas vezes até retardam a entrada no campo para forçar uma entrada mais rápida e abrupta", disse o Coronel Alexandre Cruz, assessor da PM.

Com outro confronto entre Sport x Santa Cruz marcado para a próxima quarta-feira (14), pelas quartas de final do Campeonato Pernambucano, a PM informou que uma reunião será marcada para que a possibilidade de reforçar o efetivo de policiais seja estudado. No clássico da quarta (7), 170 policiais do Batalhão de Choque ficaram responsáveis pela segurança da parte interna do estádio. A PM ainda informou que os policiais responsáveis pela área externa chegaram a conter confusões previamente marcada pelos torcedores nas redes sociais.

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