PM afirma que ação no clássico foi técnica e sem excessos
Dezenas de torcedores se feriram depois que soldados do batalhão de Choque entraram na arquibancada para confiscar um sinalizador
Depois de uma série de confusões registradas no clássico entre Sport e Santa Cruz pela última rodada do Campeonato Pernambucano, a Polícia Militar convocou uma entrevista coletiva para falar sobre o assunto. Segundo a PM, a patrulha do Batalhão de Choque agiu de forma precisa e técnica, e o tumulto teria sido causado pelos próprios torcedores do Santa Cruz após a ação do Choque de deter o homem responsável por acender um sinalizador, artefato que é proibido nos campos de futebol. Ao todo, cinco pessoas foram detidas sendo dois menores de idade.
De acordo com o Tenente Coronel César Moraes, o Batalhão de Choque fez seu procedimento padrão. "O episódio iniciou posteriormente do gol do Santa Cruz. Nossa patrulha identificou um torcedor utilizando um sinalizador. Agimos de forma técnica, a patrulha não saiu empurrando ninguém. Passamos o jogo inteiro observando a torcida para evitar esse tipo de problema", afirmou.
O batalhão de choque fez a ação e saiu na lateral que é o procedimento padrão. Nesse momento em que a polícia tira o torcedor houve por parte da própria torcida uma movimentação para baixo, que ocasionou um efeito avalanche. As pessoas estão em pé na arquibancada e facilmente propícias a queda", explicou. "A ação policial tinha que existir e teve a preocupação de não causar tumulto. Mas todo mundo sabe que existe grupos que não só vai para torcer, mas vai para causar alguns transtornos", completou.
Segundo o Tenente Coronel César Moraes, a preocupação do Batalhão de Choque era de dar assistência às pessoas que estavam machucadas. "Para isso a gente precisava fazer a contenção para não haver invasão. Mas houve uma resistência de um grupo da torcida organizada que queria entrar em campo. Não havia condições de fazer o atendimento imediato porque esse grupo estava querendo invadir o campo. E por isso o batalhão usou das técnicas necessárias para dispersar".
Para realizar a dispersão, sprays de pimenta foram utlizados contra a torcida. Afetando desde adultos até crianças. Contudo, o Tenente Coronel afirmou que a medida tomada foi necessária. "Os 65 atendidos não foram lesionados em confronto com a polícia. Não houve excesso da nossa parte. Isso é um dano colateral. Foi usado tudo aquilo que era necessário. Se não fosse assim, poderia ter uma tragédia ainda maior", contou.
Quando questionado sobre como o sinalizador teria entrado no estádio, o comando da PM informou que é feita uma revista minuciosa na maioria dos torcedores. Contudo, não dá para "retirar o sapato de cada um deles". "O sinalizador tem um formato até de uma caneta. Mesmo que o batalhão de choque fizesse uma busca minunciosa em toda a torcida não seria fácil de encontrar o artefato. Tem gente que esconde até no sapato. As Torcidas Organizadas muitas vezes até retardam a entrada no campo para forçar uma entrada mais rápida e abrupta", disse o Coronel Alexandre Cruz, assessor da PM.
Com outro confronto entre Sport x Santa Cruz marcado para a próxima quarta-feira (14), pelas quartas de final do Campeonato Pernambucano, a PM informou que uma reunião será marcada para que a possibilidade de reforçar o efetivo de policiais seja estudado. No clássico da quarta (7), 170 policiais do Batalhão de Choque ficaram responsáveis pela segurança da parte interna do estádio. A PM ainda informou que os policiais responsáveis pela área externa chegaram a conter confusões previamente marcada pelos torcedores nas redes sociais.
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