'Ingresso na mão': veja ações da PM no clássico

Depois de episódios lamentáveis contra torcedores do Santa Cruz, estratégias foram adotadas pela Polícia Militar para o jogo dessa quarta-feira entre Tricolor e o Sport

por qui, 15/03/2018 - 07:01
Rafael Bandeira/LeiaJáImagens Torcedores tiveram que apresentar ingressos para passar pelos policiais Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Era praticamente inevitável os torcedores irem á Ilha do Retiro, nesta quarta-feira (14), sem temer cenas de violência. O último clássico envolvendo Sport e Santa Cruz pelo Campeonato Pernambucano no estádio rubro-negro foi marcado por confusões e em alguns pontos do Recife houve registros de brigas. Havia, ainda, um alerta sobre a estrutura do estádio para receber o público tricolor e sobre a forma como a Polícia Militar de Pernambuco iria atuar, já que algumas pessoas acusaram o Batalhão de Choque de usar truculência que teria causado uma queda generalizada entre os tricolores.

--> Sport atropela o Santa e garante a vaga na semifinal 

A própria PM, representantes dos clubes e da Federação Pernambucana de Futebol (FPF) se reuniram dias antes da partida para definir estratégias de segurança. E o que se viu antes do início do jogo nas imediações da Ilha do Retiro foi um número expressivo de policiais militares e outros profissionais de segurança. Só a PM escalou mais de 800 servidores, o dobro em relação ao clássico da semana passada.

Por volta das 20h, muitos torcedores do Santa Cruz já se aglomeravam próximo á Rua Joaquim Santos Souto, nas imediações da entrada dos visitantes na Ilha do Retiro. Neste mesmo local, uma barreira de policiais foi montada para fazer o controle; só passava pela PM quem mostrasse ingresso. Quem não apresentasse o bilhete tinha que sair desse espaço. "Ingresso na mão" foi a frase mais repetida pelos soldados.

Inicialmente, enquanto o fluxo de torcedores não era volumoso, os policiais militares desta primeira barreira realizaram revistas. No entanto, com a aproximação do início do clássico, marcado para 21h45, o número de pessoas aumentou, fazendo os policiais dispensarem a revista prévia e atentarem a quem mostrava as entradas.

Quando o relógio apontava 21h15, centenas de integrantes de torcidas organizaras do Santa Cruz chegaram escoltados por mais policiais militares - boa parte em motocicletas -. Eles acompanharam o grupo desde a sede de uma das uniformizadas, no Centro do Recife. Paulatinamente, esses torcedores iam sendo liberados para passar pela primeira barreira da PM, seguindo a mesma lógica de apresentar os ingressos.

Depois dessa etapa, os integrantes das uniformizadas e demais torcedores tricolores foram organizados entre corredores gradeados, em fila indiana, acompanhados por soldados do Batalhão de Choque.  Esses policiais novamente cobravam a apresentação dos ingressos e faziam revistas para coibir a entrada de objetos perigosos. O LeiaJá acompanhou o procedimento até o início da partida e não registrou tumulto.

Os torcedores tricolores, após passarem pelo Choque, tiveram seis catracas disponíveis. Além de policiais militares, seguranças do Sport acompanharam passagem pelas bilheterias. Tudo ocorreu de maneira tranquila.

Entre os tricolores, boa parte aprovou a estratégia adotada pela Polícia Militar nesta quarta-feira. “Achei uma estratégia boa para vetar quem está sem ingressos. Isso não é nem novidade, eles faziam isso antes, mas muito em cima da hora do jogo. Hoje eles fizeram uma triagem mais antecipada e não passa quem não tem ingresso, facilitando para a gente que vai para o jogo”, disse o tatuador Reginaldo Francisco da Silva.

“Pelo que estou vendo, está dando certo. Semana passada a gente só fez sofrer, apanhamos na entrada, no intervalo e no final do jogo. Só apanhar ninguém aguenta! Somos trabalhadores, torcedores e ninguém merece apanhar”, opinou o auxiliar de logística Thiago da Silva. 

Na saída dos torcedores tricolores do setor de visitantes da Ilha do Retiro, nenhum episódio grave foi registrado. O Batalhão de Choque acompanhou o público descer das arquibancadas e em seguida repassou as torcidas uniformizadas para o acompanhamento de policiais motorizados. A escolta seguiu até o Centro do Recife e, até o fechamento desta reportagem, não registramos confusões.

Embed:

COMENTÁRIOS dos leitores